OAB usará inquérito contra Flávio para julgar Wassef
Foto: Jorge William/Agência O Globo
Para decidir que providências tomar em relação ao advogado Frederick Wassef, a seccional de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) cogita pedir ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) o compartilhamento dos autos da investigação sobre o esquema de “rachadinha” – encampado pelo senador Flávio Bolsonaro na época em que era deputado estadual.
Ontem, o presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, enviou à seccional uma representação feita pelo MP junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que seja instaurado um processo disciplinar contra Wassef. Foi em um imóvel do advogado, em Atibaia (SP), que a Polícia Federal (PF) localizou e prendeu o ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz, apontado como operador do esquema de desvios no então gabinete de Flávio, filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro.
Segundo fontes a par das discussões na OAB-SP, a avaliação da seccional é a de que, para fundamentar eventual decisão pelo procedimento disciplinar, é preciso conhecer os detalhes do inquérito policial que culminou na prisão do ex-assessor no sítio de Wassef.
O advogado atuava tanto na defesa de Flávio como na do próprio presidente da República, seja formalmente ou nos bastidores. Ele deixou de representar o senador no domingo, após a repercussão negativa em torno da operação.
O MP junto ao TCU viu “clara conduta de obstrução à Justiça” na conduta de Wassef, que diz ter abrigado Queiroz por “questões humanitárias”. A representação do subprocurador-geral Lucas Furtado havia sido enviada à OAB Nacional. Santa Cruz a remeteu à seccional de São Paulo, à qual o advogado está vinculado, para a adoção das eventuais providências.