Prefeitura de Florianópolis pede apoio popular à quarentena
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O prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM), afirmou à CNN, nesta quarta-feira (1°) que a passagem do ‘ciclone bomba’ pela capital catarinense provocou “estragos muito grandes” e a orientação é que as pessoas fiquem em casa devido à previsão de novas rajadas ainda nesta manhã.
“O vento chegou a Florianópolis pelo sul da ilha, por volta de 16h, e veio em direção ao centro da cidade. Realmente teve muita destruição e ventos próximos a 100 km/h. Felizmente a duração dessa intensidade foi em cerca de 20 minutos, mas mesmo assim os estragos foram muito grandes”, disse.
Loureiro deu detalhes da situação na cidade. “Centenas de árvores caíram e bloquearam as avenidas, postes foram derrubados, abrigos de ônibus que voaram e o destelhamento de centenas de casas e estabelecimentos”, acrescentou.
O prefeito afirmou que as previsões meteorológicas permitiram que a cidade estivesse preparada para o fenômeno, mas que não imaginavam a força do ciclone que atingiu a ilha.
“Já tínhamos a previsão de fortes ventos – sem saber a intensidade exata, mas que causaria muito estrago – e isso permitiu que todas as equipes já estivessem preparada, além de Defesa Civil e Infraestrutura, a empresa de limpeza urbana, a área ambiental, a parceria com o Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Guarda Civil”, declarou. “Estamos trabalhando durante a madrugada inteira na desobstrução e vamos continuar o dia inteiro buscando ter essa normalidade”.
Por fim, ele reforçou a recomendação para que a população evite sair de casa – e caso precise ir à rua, redobre a atenção. “A orientação continua sendo a população ficar em casa e longe dos vidros, que podem ser destruídos. Placas estão sendo arremessadas e postes e árvores estão caindo, então a orientação é não sair de casa. Há uma previsão de rajadas de 90 km/h por volta das 10h”, concluiu.
Subiu para 10 o número de mortos no sul do país após a passagem de um “ciclone bomba” com ventos de até 120 km/h na terça-feira (30). A defesa civil emitiu um alerta de que o fenômeno avança sobre o Sudeste nesta quarta (1º).
As chuvas e ventos fortes, causados pela formação do ciclone extratropical (ciclone bomba) derrubaram árvores e fizeram estragos em diversas cidades da região. O fenômeno atingiu mais fortemente o estado de Santa Catarina. Foram atingidos também municípios do Rio Grande do Sul e Paraná.
As vítimas identificadas, até o momento, são uma idosa de 78 anos na cidade de Chapecó que foi atingida por uma árvore, um homem em Santo Amaro da Imperatriz atingido por fios de alta tensão e outro homem de 59 anos em Ilhota. A cidade de Tijucas também registrou três mortes, ainda não especificadas. E, em Brusque, há uma pessoa desaparecida.
À CNN, o meteorologista Marcelo Schneider, do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), explicou que o “ciclone bomba” está no último estágio e ainda merece atenção em pontos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e na capital paulista, mas assegurou: “O pior já passou”.
Segundo ele, em parte da serra do litoral gaúcho e catarinense, os ventos podem alcançar 100 km/h. “Mas o ciclone rapidamente, nas próximas horas, vai em direção a alto-mar”, acrescentou.
Ele ainda alertou que ondas em alto mar podem chegar a 6 e 7 metros. “Trata-se de outra situação e os embarcadores devem tomar uma cautela maior”, orientou.
Em entrevista à CNN, o meteorologista da Climatempo André Madeira explicou a formação deste fenômeno natural. Segundo ele, a ocorrência, que gera ventos de até 100 km/h, faz parte de “sistemas relativamente comuns” para esta época do ano na região Sul.
“São relativamente comuns nesta época do ano, e ocorrem aqui, no litoral do país, na região Sul, principalmente entre maio e setembro. São áreas de baixa pressão que, geralmente, se formam associados à uma frente fria. Também há a possibilidade de neve na Serra Gaúcha na quinta-feira (2)”, disse.
“O interessante dele é que o vento gira em torno de centros de baixas pressões no sentido horário, tornando os ventos muito intensos. Uma particularidade dele é que ele tem uma baixa queda de pressão no curto espaço de tempo, por isso este nome”, acrescentou ele.
Madeira explicou ainda que uma das consequências causadas por este ciclone é a formação de ondas, com agitação do mar no litoral do Sul e Sudeste. “Em todo litoral são esperadas ondas de cinco a seis metros. Algo como assoprar uma bacia cheia d’água”, exemplificou.