MP denuncia Sari pela morte do garoto Miguel

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Foto: Reprodução

O Ministério Público de Pernambuco (MP-PE) denunciou, nesta terça-feira, a primeira-dama de Tamandaré, Sari Corte Real, por abandono de incapaz com resultado em morte. Sari foi indiciada pela polícia no caso do menino Miguel, que caiu do prédio de luxo em Recife onde ela morava. O MP considerou que o crime é agravado por “ter sido contra criança em meio à conjuntura de calamidade pública” e pode ter a pena aumentada, com base no Código Penal. Agora, o inquérito segue para a 1ª Vara de Crimes contra Criança e Adolescente do Tribunal de Justiça de Pernambuco.

O menino Miguel Otávio, de 5 anos, morreu no dia 2 de junho, após cair de uma altura de 35 metros. Sua mãe, ex-empregada doméstica de Sari, havia deixado o filho sob responsabilidade da patroa enquanto passeava os cachorros dela.

O MP-PE recebeu o inquérito policial no dia 3 de julho e tinha o prazo de 15 dias para analisar os autos da investigação e tomar uma decisão. A denúncia foi apresentada pelo promotor de Justiça Criminal Eduardo Tavares.

Por nota, o advogado de Mirtes Souza, mãe de Miguel, informou que ela recebeu “auspiciosamente a notícia do oferecimento da denúncia pelo delito de abandono qualificado contra Sari Corte Real”. E também que “o empenho para dar celeridade aos processos de natureza criminal do TJPE durante a situação de emergência sanitária da Covid-19 se refletirá, também, nos autos do processo criminal em questão”.

A defesa de Sari Corte Real informou ao G1 que só vai se pronunciar após ter acesso ao documento. Em entrevista recente ao “Fantástico”, da TV Globo, Sari disse que errou ao não desconfiar do perigo de deixar o menino sozinho em um elevador.

— Eu não achei que seria essa tragédia. Eu acreditei que ele voltaria para o andar, que ele voltaria para o quinto andar, até porque ele sabia o número, eu acreditei que ele voltaria para o andar — disse Sari, que acrescentou: — Eu acho que o meu erro foi fazer igual a eu fazia com o meu filho, de achar que o elevador é seguro.

No dia da morte da criança, Sari foi presa em flagrante por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, e liberada após o pagar fiança de R$ 20 mil. Ela diz que cumprirá a decisão da Justiça sobre o caso, e acredita que não pode ser julgada por Mirtes ou pela população por conta da tragédia.

O Globo