Saída de Witzel do cargo pode salvar Bolsonaro da lei
Foto: Pedro Ladeira/Folhapress
Na manhã da última sexta-feira (28/08), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não conseguia disfarçar o bom humor com a deflagração da operação Tris In Idem — que resultou no afastamento do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC).
O presidente aproveitou sua tradicional conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada para ironizar o afastamento do adversário. “Quem é teu governador?”, perguntou ele a um apoiador carioca.
Eleito na “onda” bolsonarista em 2018, inclusive com o apoio explícito do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Witzel se afastou do clã bolsonarista ao longo de 2019 e se tornou adversário da família.
Agora, o presidente da República poderá ter mais motivos para manter o bom astral: nesta quarta-feira (02/09), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decide se mantém ou não o afastamento de Wilson Witzel do posto de governador por 180 dias, ou seis meses.
Se os ministros do tribunal em Brasília decidirem manter o afastamento de Witzel, é possível que ele nunca mais retorne ao posto: tramita na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) o processo de impeachment do governador, e é possível que os deputados estaduais julguem o caso antes dos seis meses.
No fim da semana passada, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes liberou a tramitação do impeachment, e o presidente da Alerj, o deputado André Siciliano, disse que o processo pode chegar ao plenário em duas semanas. Ou seja, até meados de agosto. Mas o que Jair Bolsonaro e sua família podem ganhar caso Witzel seja realmente afastado do cargo?
Há pelo menos três vantagens para o presidente da República — e seu clã — neste caso. A BBC News Brasil explica abaixo cada um deles.
1. Um aliado poderá indicar o próximo chefe do MP do Rio
2. O governador também comanda a Polícia Civil
3. Um ‘concorrente’ a menos para o Palácio do Planalto em 2022
Redação com Uol