Presidente do Senado é cobrado sobre aliado cuecão

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Foto: Jane de Araújo/Agência Senado

O silêncio de Davi Alcolumbre sobre a situação do senador Chico Rodrigues, flagrado com dinheiro na cueca, incomoda senadores da República. Enquanto o Senado não se manifesta, está valendo a decisão do ministro Luís Roberto Barroso de manter o ex-vice-líder de governo afastado por 90 dias. A crítica generalizada é de que o STF não poderia decidir sobre o afastamento de um parlamentar, o que caberia ao próprio Senado.

Aliados de Alcolumbre disseram à CNN que ele deve se posicionar e defender a autonomia do Senado em avaliar a conduta de seus pares, na próxima segunda-feira.

“O caso requer urgência para manter ou não a decisão do ministro Barroso. Reunião do conselho pode ser convocada para ouvir o senador Chico Rodrigues e deliberar remotamente. Se o presidente Davi quiser, pode convocar extraordinariamente para hoje”, afirmou o senador Ângelo Coronel à CNN. Para ele, “a todo acusado deve ser dada a ampla defesa antes de ser aplicada qualquer pena”.

O vídeo do momento da apreensão de mais de R$ 30 mil na cueca passeia pelo imaginário e grupos de WhatsApp dos políticos de Brasília. O material está sob sigilo nos cofres da Polícia Federal. À CNN, o senador Esperidião Amin afirmou que só acredita vendo. “Quero ver essa fotografia. Nasci no dia de São Tomé. A decisão de afastar uma pessoa eleita pelo povo é mais uma decisão monocrática que não vai ser convalidada pela casa. Acho que o Supremo não contribui para segurança jurídica do país com a elevada quantidade de decisões monocráticas”, disse. “Estamos chamando o apedrejamento ético para cima de nós com decisões monocráticas, pendulares”.

O pedido de que Davi Alcolumbre adote celeridade no caso foi externado por parlamentares que defendem a cassação também. O Conselho de Ética nem mesmo está funcionando.

Ao menos dez senadores do movimento Muda Senado já se manifestaram pela cassação definitiva de Chico Rodrigues.

Em 2017, no caso de afastamento do senador Aécio Neves (PSDB/MG), a palavra final coube ao plenário, e não ao Conselho. Na ocasião, ele foi salvo.

CNN Brasil