Russomanno acha que vai para o 2o turno

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Foto: Tiago Queiroz / Estadão

Após uma queda de sete pontos porcentuais em sua intenção de voto, aparecendo pela primeira vez numericamente atrás de Bruno Covas (PSDB) em pesquisa Datafolha divulgada ontem, o candidato à Prefeitura de São Paulo Celso Russomanno (Republicanos) afirmou, em entrevista à Rádio Eldorado nesta sexta-feira, 23, que “o importante é ir para o segundo turno”.

“Estou recebendo com muita felicidade (as pesquisas). Nós temos dois institutos ontem, com duas pesquisas: XP-Ipespe, que me dá 25 pontos porcentuais, e eu estou na frente, e essa do Datafolha”, afirmou o candidato. “A gente tem pesquisas internas também, e nós estamos um pouco melhor do que a aparência aí. Nós temos que questionar quem está certo. Mas, de uma forma ou de outra, o importante para a gente, para a nossa equipe, é ir para o segundo turno.”

Na pesquisa Datafolha, o prefeito Bruno Covas oscilou positivamente dois pontos, e agora tem 23%. Já Russomanno caiu de 27% para 20% das intenções de voto, na comparação com a última pesquisa do instituto, e ficou numericamente atrás de Covas. Pela margem de erro, de três pontos porcentuais, Covas e Russomanno ainda estão tecnicamente empatados.

O levantamento Datafolha foi o primeiro feito pelo instituto após o início do horário eleitoral, tema que também foi abordado por Russomanno. “Considerando que a gente tem 51 segundos de televisão e o Bruno (Covas) tem 4 vezes isso, ou seja, tem muito mais tempo para exibir suas propostas, para mostrar o que ele pretende fazer, então nós estamos acompanhando e monitorando isso, e essa é nossa linha, vamos para o segundo turno”, afirmou.

Russomanno também enfatizou o apoio que tem do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no qual aposta para se diferenciar do resultado de eleições anteriores, quando começou à frente nas pesquisas, mas não chegou ao segundo turno. “Tenho um bom marqueteiro, tenho uma boa estrutura hoje, diferente de anteriormente, e tenho um padrinho, que é o presidente Bolsonaro”, disse Russomanno. “Temos muitas coisas boas, e vamos ter num segundo turno o mesmo tempo de televisão que o Bruno tem. Aí é outra eleição, outra história. O que importa é ir para o segundo turno, oportunidade que eu não tive nas outras eleições.”

Durante a entrevista, o candidato também respondeu sobre temas como a política em torno de radares, a situação de moradores de rua em meio à pandemia e a proposta de um auxílio paulistano. Russomanno afirmou ainda que faria parceria com o Instituto Butantã para a compra da vacina CoronaVac: “Aprovada pela anvisa, sem problema nenhum”, disse ele.

Durante a entrevista à Rádio Eldorado, o candidato voltou a dizer que a proximidade com o presidente e com o governo federal pode ajudar a trazer recursos para São Paulo e a manter a promessa de um auxílio paulistano. Russomanno já foi cobrado por opositores por não ter tomado ações para garantir recursos à cidade durante a pandemia. Conforme mostrou o Estadão, o volume de transferências federais para investimentos em São Paulo caiu 90% com a chegada de Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto na comparação com o último ano do governo de Michel Temer.

Questionado sobre o valor que seria concedido à cidade pelo governo federal, porém, ele não especificou quantias. “Eu preciso, no primeiro dia de governo, ir a Brasília negociar a dívida, aí posso dizer quanto vai vir pra São Paulo, quanto vamos colocar no auxílio”, afirmou. Enquanto o candidato aposta na relação com Bolsonaro para essa renegociação, a medida teria de ser aprovada antes pelo Congresso. Além disso, técnicos do Ministério da Economia avaliam que isso poderia abrir a porteira para uma revisão em cascata de dívidas de outros municípios, dando margem para aumento de gastos do governo.

Se nas eleições de 2016 Russomanno, então candidato, fez aceno aos taxistas e defendeu que o aplicativo da Uber atuava “na ilegalidade”, agora o postulante busca dialogar em sua campanha com os motoristas de aplicativo.

“Em 2016, nós estávamos no início da era de aplicativos, então não existia nada que estivesse regulamentando esse processo”, afirmou. “De lá para cá, foi regulamentado, a população deu nota. Minha praia é a defesa do consumidor há 30 anos, quero ouvir o consumidor. Com as pesquisas dando que a população aprova os aplicativos, é isso que eu quero, que o consumidor seja feliz.”

Questionado por um ouvinte se pretende mudar os “radares que são pegadinha”, Russomanno garantiu que sim, e disse apostar na educação para organizar o trânsito. “A educação no trânsito é primordial, e a gente vai parar com esse negócio de pegadinhas. A legislação não permite, e eu sou um legalista. Nós vamos ter as placas avisando que a velocidade deve ser baixada porque existem radares, e as pessoas que não quiserem entender o que é educação serão autuadas, mas nós vamos acabar com as pegadinhas.”

PROGRAMAÇÃO
As sabatinas da Rádio Eldorado tiveram início na segunda-feira, 19. Além de Russomanno, já foram entrevistados o candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, o prefeito Bruno Covas, que concorre à reeleição, e os candidatos Márcio França (PSB) e Arthur do Val (Patriota). As entrevistas duram 20 minutos, sempre a partir das 8h, e são comandadas por Carolina Ercolin, Haisem Abaki e jornalistas convidados do Estadão.

Todas as entrevistas são transmitidas em FM 107,3, no site radioleldorado.com.br e em facebook.com/radioeldorado.

Veja abaixo a lista dos entrevistados:

19.10 – Guilherme Boulos (PSOL)

20.10 – Bruno Covas (PSDB)

21.10 – Márcio França (PSB)

22.10 – Arthur do Val (Patriota)

23.10 – Celso Russomanno (Republicanos)

26.10 – Filipe Sabará (Novo)

27.10 – Joice Hasselmann (PSL)

28.10 – Jilmar Tatto (PT)

29.10 – Orlando Silva (PC do B)

30.10 – Andrea Matarazzo (PSD)

02.11 – Vera Lúcia (PSTU)

03.11 – Marina Helou (Rede)

04.11 – Levy Fidelix (PRTB)

05.11 – Antonio Carlos (PCO)

Estadão