Joice diz que auxílio emergencial paulista é “compra de votos”
Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press.
A deputada federal Joice Hasselmann, candidata do PSL à Prefeitura de São Paulo, disse ontem, durante sabatina do Estadão, que a discussão sobre a criação de uma renda básica emergencial na cidade neste momento “é uma tentativa de compra de votos”. Em São Paulo, quase metade dos 14 candidatos defende algum tipo de programa de auxílio financeiro.
Na semana passada, o prefeito e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB), articulou com o presidente da Câmara Municipal, Eduardo Tuma (PSDB), a votação de um projeto do vereador Eduardo Suplicy (PT), para dar um auxílio de R$ 100 para até 1,7 milhão de pessoas até o fim do ano – aprovado ontem na Casa.
“Não é por bondade, pelo coração enorme do prefeito que eles estão discutindo isso (renda emergencial) na Câmara, aos 48 (minutos) do segundo tempo, na boca da eleição”, afirmou Joice, antes da aprovação. “Não sou contra o auxílio emergencial. Votei pelo auxílio de R$ 600 na Câmara, quando o governo queria R$ 200. Agora, o dinheiro vem de onde?” Ela disse que seu objetivo é garantir que as pessoas sejam capazes de gerar a própria renda.
Joice afirmou que seu adversário Celso Russomanno, do Republicanos, é representante do Centrão, grupo que, segundo ela, “estuprou” o governo do presidente Jair Bolsonaro. “Para ele (Russomanno) ser de direita, tem de nascer de novo. O Celso Russomanno é a expressão do pior Centrão que nós temos no País: esse Centrão que estuprou o governo Bolsonaro assim que eu saí da liderança do governo”, disse. “Saí numa sexta, e no sábado o Centrão estuprou o governo e levou R$ 200 bilhões em cargos, bancos públicos, órgãos públicos. Então, imagina o que eles não farão nos cofres da Prefeitura.”
Sobre os critérios que foram usados para que o partido destinasse R$ 2 milhões para sua candidatura, Joice disse se tratar de um “reposicionamento do PSL”. Segundo ela, a sigla “ficou nesse vai e vem, ‘é bolsonarista, não é bolsonarista'”. E criticou o fato de um candidato a vereador do partido ter recebido R$ 2 milhões em detrimento de outros postulantes. “Eu critiquei esse depósito a um e nada para os outros.”
Após chamar Márcio França (PSB) de “gângster”, Filipe Sabará (Novo) e Arthur do Val (Patriota) de “meninos” e de criticar Russomanno, Joice negou que a postura agressiva era uma estratégia para obter votos da direita. “Disse que Guilherme Boulos (PSOL), que é apoiado por um presidiário (referindo-se a Lula), será um presidiário na minha gestão, porque na primeira invasão que ele organizar ele vai em cana”.
Joice prometeu redução linear de 20% no IPTU. Poderá fazer isso, disse, “cortando comissionados, revendo contratos”. “Em uma conta de padaria, se eu cortar 20% linear, vou ter R$ 2 bilhões a menos. A expectativa para o ano que vem de dinheiro público para subsídio do transporte coletivo, subsídio que enche a burra de gente ligada às máfias, deve ultrapassar R$ 4 bilhões. Se eu baixar 20% do IPTU de todo mundo, metade do dinheiro que vai para máfia do transporte vai para essa conta.”