Bolsonaro e a nova governadora de SC

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Foto: Julio Cavalheiro – 1º.jan.19/Secom

Quando Jair Bolsonaro deixou o PSL para fundar a Aliança pelo Brasil, a então vice-governadora de Santa Catarina, Daniela Reinehr, anunciou que também abandonaria a sigla. Ainda sem um partido, ela assume nesta terça-feira (27) o cargo de governadora.

A produtora rural e advogada de 43 anos ocupará por até seis meses o posto de Carlos Moisés —que, ao contrário dela, optou por permanecer no PSL e desde então foi tachado de “traidor do presidente”.

Moisés foi afastado por um tribunal especial na madrugada do último sábado (24). O afastamento não é o impeachment definitivo, que pode ocorrer ou não, ao final do processo.

O colegiado, formado por cinco desembargadores e cinco deputados estaduais, aceitou a denúncia de impeachment contra Moisés por 6 votos a 4. A denúncia contra Reinehr resultou em empate (5 a 5) e foi arquivada após o voto do desembargador Ricardo Roesler, presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC).

Ex-policial militar, Reinehr acompanhou pessoalmente a sessão de julgamento que começou na manhã da última sexta-feira (23) e terminou na madrugada de sábado. Moisés não estava presente.

Durante a sessão do tribunal especial, Reinehr foi defendida pela advogada Ana Cristina Blasi. Ela passou a atuar no caso por indicação de Karina Kufa, advogada de Bolsonaro.

“A Karina é uma amiga de muito tempo, desde quando fui juíza eleitoral e ela trabalhava com isso [direito eleitoral]. Quando isso surgiu [impeachment], ela me chamou para ser coordenadora local da defesa. O escritório dela em São Paulo estava na retaguarda, ajudando nas peças”, disse Blasi à Folha.

O voto do deputado Sargento Lima (PSL), a favor do impeachment de Moisés e contra o da vice, foi fundamental para o resultado. Nos bastidores, chegou a circular a versão de que Bolsonaro teria solicitado para que Lima votasse favoravelmente à Reinehr.

“Não recebi pedido de absolutamente ninguém. Mesmo se tivesse recebido do próprio presidente, mesmo assim não revelaria a não ser que ele tivesse dito assim: Pode expor meu pedido’”, afirmou à Folha o deputado.

Redação com Folha