Ministros do STF veem demagogia de Bolsonaro sobre vacinas
Foto: Pablo Jacob
Parte dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) interpretou a fala de Jair Bolsonaro sobre a obrigatoriedade da vacinação contra covid-19 como mais um “jogo de cena para sua plateia” e minimizou a intenção de confrontar a corte.
Bolsonaro disse ontem que vacina “não é questão de Justiça”, mas de saúde, e que um juiz não pode decidir se alguém vai ou não tomar a medicação. A avaliação feita por três magistrados do Supremo é que, apesar da frase ser uma provocação ao presidente da corte, Luiz Fux, seu principal alvo ainda é o governador de São Paulo, João Doria, que tem defendido a obrigatoriedade da vacina contra o coronavírus.
Na sexta-feira (23), Fux disse que vai haver “judicialização” dos critérios que serão adotados para a futura vacinação. Dois dias antes, ele recebeu Doria em seu gabinete.
Ministros também afirmaram que, na prática, as regras da sociedade vão impor a vacinação às pessoas. Eles acreditam que viagens ou entradas em determinados ambientes estarão condicionadas à exigência de cada pessoa ter tomado a vacina, quando o imunizante de fato existir.