Butantan critica Russomanno por fake news sobre vacinas
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O instituto Butantan reagiu as declarações feitas pelo candidato Celso Russomanno, do Republicanos, nesta terça-feira sobre os testes da vacina contra a Covid-19. O candidato levantou dúvidas a respeito das etapas do ensaio clínico feito pelo instituto e questionou o porquê não havia aplicação em crianças, idosos e em pessoas com a doença.
O Butantan, que desenvolve a vacina Coronavac em parceria com a chinesa Sinovac Biotech, esclareceu em nota que, ao contrário do que disse o candidato, vacinas não são testadas em pessoas doentes, mas são aplicadas para evitar que a doença se instale.
“A vacina Coronavac, e as vacinas de modo geral, são métodos profiláticos de comprovada eficiência de combate à disseminação de doenças. Vacinas não são utilizadas para tratamento de doenças, como sugerido ignorantemente pelo candidato, mas para evitar que a doença se instale”, diz o instituto.
O Butantan ressalta ainda que após o país registra mais de 160 mil mortes pelo novo coronavírus, “é fundamental evitar a disseminação inconsequente de teses obscurantistas que podem custar mais vidas”.
Sobre as dúvidas que o candidato levantou sobre vacina em pessoas que já tem a Covid-10, Rosana Richtmann, médica infectologista que compõe o Comitê de Imunização da Sociedade Brasileira de Infectologia, esclarece que não se testa vacina em quem já está com a Covid-19, porque como as pessoas doentes já tem o vírus, caso elas desenvolvam imunidade, não é possível saber se foi a vacina ou o vírus que suscitou a imunidade.
Em relação a fala do candidato sobre a aplicação da vacina em idosos e crianças, Richtmann explica que o protocolo de testes começa sempre por adultos e pessoas saudáveis e os outros grupos etários podem ser testados nas fases seguintes, caso haja segurança.
No caso da vacina do Butantan, no entanto, os testes são feitos em pessoas acima de 18 anos e inclui pessoas acima de 60 anos.
A fala de Russomanno veio em sintonia com o presidente Jair Bolsonaro, seu padrinho político. Bolsonaro já chegou a dizer que não compraria a “vacina chinesa”. O presidente e o governador João Doria, do PSDB, cujo afilhado político é o prefeito Bruno Covas, que concorre à reeleição, tem protagonizado uma série de embates com vistas às eleições de 2022 e a vacina do Butantan, que é encampada pela gestão do tucano, é mais um capítulo.
Em mais um gesto rumo ao bolsonarismo, Russomanno atacou a vacina que, caso se mostre eficaz e segura, poderá ser produzida pelo instituto.
O candidato chegou a dizer que se a vacina do Butantan é “tão boa assim, deveria começar a ser aplicada antes na China”, e afirmou que não quer que a população seja “cobaia”.
No entanto, o imunizante já foi testado no país asiático nas fases 1 e 2. Os testes no Brasil seguem na fase 3 com 13 mil voluntários, estão avançados e apresentam resultados positivos.
O Instituto Butantan ressalta que os resultados com mais de 50 mil voluntários na China, a partir de uma vacinação emergencial, demonstraram que a vacina é segura e não apresentou reações adversas significativas.
“Do total de voluntários, 94,7% não tiveram nenhuma reação adversa”, diz o instituto por meio de nota.
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