Confiança do consumidor segue caindo
Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil
A confiança do consumidor deve manter sinal negativo nos próximos meses, influenciada por ausência de reação no mercado de trabalho, em meio à pandemia, bem como provável fim de auxílio emergencial em dezembro. O alerta partiu da economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) Viviane Seda ao comentar a evolução do Índice de Confiança do Consumidor (ICC), anunciado nesta quarta-feira pela fundação.
De outubro a novembro, o indicador caiu 0,7 ponto, para 81,7, menor patamar desde agosto (80,2 pontos). Na prática, uma sucessão de notícias ruins nos campos econômico, como desemprego e inflação elevados, e sanitário, com avanço de número de casos de covid-19, levou ao resultado, afirmou a técnica, que não vê no momento espaço de reversão na atual tendência negativa do índice. “Vejo um cenário bem difícil [para o consumidor] no primeiro trimestre [de 2021]”, completou ela.
Ao detalhar o comportamento do indicador na passagem de novembro a dezembro, a pesquisadora notou que, além de ser a segunda queda consecutiva, a FGV apurou no índice pioras tanto nas avaliações sobre o momento presente quanto nas perspectivas futuras. Nos dois sub-indicadores componentes do ICC, o Índice de Situação Atual (ISA) caiu 0,6 ponto de outubro para novembro, para 71,8, e o Índice de Expectativas recuou 0,9 ponto, para 89,3.
Foram as segundas quedas consecutivas para os dois indicadores, que em outubro já registravam retrações de 0,2 ponto e de 1,3 ponto respectivamente, pontuou ela.
Entre os mais pobres, a preocupação com inflação em alta no momento presente, além da expectativa de término do auxílio emergencial do governo, mantiveram a confiança do consumidor em baixa. Nas famílias com ganhos mensais de até R$ 2.100,00, o ICC ficou praticamente estável, com alta de 0,4 ponto em novembro ante outubro.
Entre os mais ricos, as incertezas com os rumos da economia influenciaram o humor do consumidor, que acabou por apresentar queda de confiança mais intensa do que a média: nas famílias com ganhos acima de R$ 9.600,00, a queda do ICC foi de 3,1 pontos em novembro ante outubro.
Viviane observou que, além desses aspectos econômicos, está sendo percebido retorno de aumento de número de casos de covid-19 tanto no Brasil quanto no exterior, o que afeta ricos e pobres.
Outro fator que não ajuda na retomada da atividade no país é a ausência de retomada do emprego. Viviane lembrou que, embora tenha se notado reações positivas na indústria em meio à pandemia, o mesmo não ocorre com o setor de serviços – o mais afetado pela atual crise sanitária, devido às restrições de circulação social causadas pela doença.
“A indústria não emprega tanto quanto serviços”, disse a técnica, reconhecendo que esse último setor deve representar mais da metade do mercado de trabalho formal do país. “E, se temos hoje uma preocupação com a nova onda [de covid-19], o setor de serviços não vai contratar novos empregados”, completou ela, afirmando que isso, na prática, gera um “ciclo desfavorável” ao emprego.
Todos esses fatores reunidos levam a economista a projetar continuidade de taxas negativas no ICC nos próximos meses, até o começo do ano que vem. Ela observou que, caso sejam veiculadas boas notícias sobre vacinas contra covid-19 no início do ano, isso até poderia diminuir o ritmo de queda, mas não reverter a trajetória do indicador, que deve manter sinal negativo.
Uma reação mais pujante do emprego poderia tornar o ICC positivo novamente, observou ela. “Mas mercado de trabalho depende da recuperação não somente de indústria e sim de serviços também”, reiterou ela, frisando que, até o momento, não há sinais de que isso possa ocorrer no curto e médio prazos.
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