Boulos e Covas empatam tecnicamente
Foto: Marcelo Justo e Danilo Verpa/Folhapress
O candidato do Psol à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, subiu nove pontos percentuais em oito dias e agora, a três dias do segundo turno, aparece sete pontos atrás de Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição. O tucano tinha 48% das intenções de voto na pesquisa anterior, continua com 48%. Boulos tinha 32%, avançou para 41%. Os dados são do novo levantamento XP/Ipespe publicado com exclusividade pelo Valor.
O crescimento de Boulos ocorreu ante a diminuição do número de eleitores dispostos a votar nulo ou em branco e indecisos. Os que prometem anular ou apertar a tecla “Branco” no domingo eram 15%, nos dias 16 e 17, são 8% agora. Indecisos oscilaram de 5% para 3%.
Na conta de votos válidos, critério usado pela Justiça Eleitoral na divulgação dos resultados, o placar pró-Covas é de 54% a 46%.
Para chegar a esses números, o Ipespe entrevistou 800 pessoas ontem e anteontem por telefone, por encomenda da XP Investimentos. A margem de erro é de 3,5 pontos. No limite os dois estão tecnicamente empatados.
O Ibope divulgou pesquisa ontem em São Paulo com período de coleta de informações iniciado um dia antes, na segunda. Ao ouvir 1.001 eleitores por encomenda da TV Globo e do jornal “O Estado de S. Paulo” ao longo de três dias, apurou os mesmos 48% para Covas e 37% para Boulos, com margem de erro de 3 pontos. De acordo com as margens de erro, os percentuais atribuidos a Boulos não são divergentes. Votos em branco e nulos somam 12%; indecisos, 4%.
O Ipespe também investigou as taxas de rejeição de cada um, a disposição de comparecimento diante do risco da covid-19 e as opiniões sobre as gestões Covas, João Doria (PSDB), no Estado, e Jair Bolsonaro, na Presidência.
Boulos lidera em rejeição. Segundo o instituto, 42% dizem que não votariam nele de jeito nenhum. A taxa de Covas é 34%. Há ainda 7% rejeitam os dois.
Segundo o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do conselho científico do Ipespe, o percentual consideravelmente alto de Boulos poderá limitar um avanço ainda maior das intenções de voto em seu nome. “Em segundo turno, a variável mais importante a ser observada é a taxa de rejeição”, afirma.
Analista da XP, Victor Scalet faz avaliação parecida: “O crescimento de Boulos é forte. Mas imaginar uma virada ainda é difícil, pois sua rejeição está alta. E é preciso considerar a proximidade da eleição”.
A pesquisa concluída ontem mostra dois segmentos demográficos com comportamentos radicalmente opostos. Entre os mais jovens (16 a 24 anos), Boulos vence Covas por expressiva vantagem: 71% a 29%. Entre os mais velhos (60 anos ou mair), o resultado é o inverso: 75% a 25% pró-Covas.
Lavareda afirma que outro aspecto importante são os potenciais de abstenção nesses dois grupos. Segundo ele, são os dois segmentos que mais tendem a faltar no dia da eleição. Ele diz ter chegado a essa conclusão somando eleitores que dizem não ter votado no primeiro turno com os que afirmam não se lembrar do voto.
Essa taxa apurada no grupo dos mais jovens foi de 31%, um dado que tende a prejudicar Boulos de forma mais intensiva. No grupo dos mais velhos, 24%, o que tende a prejudicar Covas de modo mais intensivo.. O eleitorado mais jovem é 11% do total. O mais velho, 23%.
Na pesquisa finalizada ontem, 90% afirmaram ter certeza que irão comparecer. Outros disseram que ainda irão decidir ou acham que não irão votar. O dado, porém, precisa ser lido com cautela. No primeiro turno em São Paulo, pesquisas de véspera indicavam percentuais parecidos com esses, mas a taxa de abstenção bateu 29,3%.
O Ipespe detectou ainda queda de avaliações positivas dos governos Covas, Doria e Bolsonaro. A taxa de ótimo/bom de Covas recuou de 37% para 31%. A do governador oscilou de 18% para 16%. A do presidente, de 24% para 17%. Lavareda acha natural a queda da avaliação de Covas, já que agora, no segundo turno, o volume concentrado de críticas a sua gestão subiu. Doria e Bolsonaro estariam sofrendo desgaste por conta dos sinais da aumento de casos de covid-19. As pesquisas Ipespe e Ibope estão registradas com os códigos SP-09138/2020 e SP-09681/2020.
O blogueiro Eduardo Guimarães foi condenado pela Justiça paulista a indenizar o governador João Doria em 20 mil reais. A causa foi um erro no título de matéria do Blog da Cidadania. O processo tramitou em duas instâncias em seis meses DURANTE A PANDEMIA, com o Judiciário parado. Clique na imagem abaixo para ler a notícia
Quem quiser apoiar Eduardo e o Blog da Cidadania pode depositar na conta abaixo.
CARLOS EDUARDO CAIRO GUIMARÃES
BANCO 290 – PAG SEGURO INTERNET SA
AGÊNCIA 0001
CONTA 07626851-5
CPF 100.123.838-99
Eduardo foi condenado por sua ideologia. A ideia é intimidar pessoas de esquerda. Inclusive você. Colabore fazendo um ato político, ajudando Eduardo com qualquer quantia.