França tem que prorrogar lockdown por aumento da 2a onda
Foto: Fotomontagem RFI/Adriana de Freitas
A imprensa francesa desta terça-feira (8) destaca a preocupação com a prolongação do lockdown, que poderia colocar em risco as festas de fim de ano na França.
Em um pronunciamento oficial de 24 de novembro, o presidente francês Emmanuel Macron afirmou que o isolamento acabaria em 15 de dezembro, caso duas condições fossem cumpridas: que o número de pacientes em terapia intensiva estivesse abaixo de 3.000 e que os novos casos de contaminações diárias não ultrapassassem 5.000.
Desde a promessa do presidente, os franceses esperam ansiosamente que os casos diminuam para organizar as viagens e festas de fim de ano. Mas durante uma coletiva com a imprensa na segunda-feira (7), o diretor do órgão de saúde pública na França, Jérôme Salomon esfriou os ânimos, informando que estes valores serão difíceis de ser alcançados. O país registra uma média de 10.000 novas contaminações por dia.
O jornal Libération, tenta manter um certo otimismo. Segundo a publicação, a evolução da curva de contaminações preocupa o Executivo, que poderia sacrificar a reabertura de museus, cinemas e teatros em 15 de dezembro, como tinha sido previsto, mas em princípio, não comprometeria as festas de fim de ano.
“É um eterno recomeço”, diz o jornal em seu editorial. Como os números de contaminações são preocupantes, a flexibilização das restrições previstas para a semana que vem está ameaçada, assim como “a perspectiva de festejar dignamente o fim deste ano podre”, lamenta Libération.
“O chefe de Estado deveria ter sido mais prudente em seu último discurso sobre a situação?”, questiona a publicação, afirmando que o presidente gerou esperanças que podem não se cumprir se a tendência do aumento do número de casos se confirmar.
Libération lembra que um lockdown é a única medida que permite baixar o número de contaminações, mas o isolamento é cada vez menos suportado pela população, e os médicos estão preocupados com a multiplicação de casos de depressão.
O jornal, um dos mais sensíveis à Cultura, lembra que este setor precisa de perspectivas, mas que não é possível deter a epidemia do dia para a noite e que a única saída possível hoje é a vacina. Mas que até a primavera, que começa em março no hemisfério norte, vai ser necessário aguentar.
Já o jornal Le Figaro é mais incisivo e afirma que o executivo francês terá que tomar uma difícil decisão nos próximos dias e que o fim do lockdown está comprometido.
Le Figaro responsabiliza as boas notícias dos últimos dias, como vacinas e o sucesso de um confinamento mais leve, por um relaxamento das medidas sanitárias e de distanciamento social.
O lockdown foi decretado em 30 de outubro pelo governo francês para lutar contra a segunda onda da pandemia de Covid-19.
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