Alcolumbre começa a voltar ao tamanho original
Foto: Marcos Brandão / Presidência do Senado
Apesar de alguns senadores avaliarem como traumática a última disputa à presidência do Senado, em 2019, as tratativas para a sucessão de Davi Alcolumbre (DEM-AP) caminham para um novo confronto aberto na Casa e com um nível de dificuldade maior para que o atual titular consiga fazer seu sucessor.
Barrado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Alcolumbre tenta viabilizar o nome de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e deve ter de enfrentar o MDB, que tem a maior bancada. Mas, agora, o presidente da Casa corre o risco de ficar sem o apoio do Palácio do Planalto, como conseguiu em 2019, e não deve ter o do movimento independente Muda Senado, cuja bancada tm 15 integrantes e foi importante para garantir sua vitória contra Renan Calheiros no ano passado.
Logo após receber o resultado do STF, que o impediria de tentar a reeleição, o presidente do Senado conversou por telefone com Pacheco e sugeriu a possibilidade de lançá-lo candidato. Ele vê o colega do DEM como o seu “sucessor natural” por ser seu correligionário e possuir trânsito no Executivo.
Antes da decisão da Corte, a avaliação era que Alcolumbre venceria com folga. Pego de surpresa, tenta articular a sucessão se preparando para enfrentar partidos que antes lhe prometiam respaldo. Focado no tema, não presidiu nenhuma sessão nesta semana.
Membro do DEM, que possui seis cadeiras, o presidente do Senado tenta costurar uma aliança com partidos maiores, como MDB (13) e PSD (12), a fim de uma candidatura mais consistente. As duas legendas, no entanto, insistem em pleitear a vaga com um de seus quadros, por possuírem as maiores bancadas da Casa.
— Nós não temos nenhum acordo para apoiar Rodrigo Pacheco. O PSD tem três nomes colocados: o senador (Antonio) Anastasia, eu, Otto Alencar, e Nelsinho Trad. Nós vamos escolher qual nome vai representar o partido em reunião da bancada, que tem compromisso de seguir unida. — disse o líder do PSD no Senado, Otto Alencar (BA).
Embora tenha preferência desde o início por Pacheco, Alcolumbre chegou a cogitar apoiar Anastasia, mas o parlamentar reluta em entrar em uma disputa tão dividida, como a que se desenha. O senador do PSD já sinalizou preferência por Pacheco ou pela emedebista Simone Tebet (MS).
Na última terça-feira, Alcolumbre teve um encontro com o presidente Jair Bolsonaro e saiu de lá com o compromisso de apresentar nos próximos dias o nome do seu candidato para que o Planalto avalie.
Entre os nomes do MDB cotados para enfrentar o candidato de Alcolumbre, porém, estão dois líderes do governo: no no Congresso, Eduardo Gomes (TO), e no Senado, Fernando Bezerra (PE), além de Eduardo Braga (AM). Se um dos líderes for de fato candidato, o cenário fica estreito para que o Planalto apoie abertamente o nome de Alcolumbre. Em conversas reservadas, emedebistas afirmam que não abrirão mão da disputa.
O outro nome do MDB é o de Simone Tebet. Ela não tem o apoio majoritário da bancada, mas pode ser uma alternativa aos parlamentares que se apresentam como independentes e está disposta a tentar uma candidatura avulsa. Poderia agradar, por exemplo, os integrantes do movimento Muda Senado, que tem 15 senadores formalmente associados. No momento, entretanto, o grupo também tem intenção de lançar candidatura própria.
Seis senadores do grupo indicaram a intenção de disputar: Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Alvaro Dias (Podemos-PR), Lasier Martins (Podemos-RJ), Major Olímpio (PSL-SP), Jorge Kajuru (Cidadania-GO) e Mara Gabrilli (PSDB-SP). Eles admitem que podem desistir se verificarem que não possuem chances de vencer.
— Precisamos saber, primeiro, se temos potencial para chegar no segundo turno. Depois, queremos um candidato que comungue com nossas pautas. Só aceitaremos nome de fora se ele corresponder à metade ou mais da metade das posições do Muda Senado — disse Lasier Martins.
Em 2019, Alcolumbre surpreendeu ao bater Renan Calheiros (MDB-AL). Na época, o presidente do Senado teve respaldo do Planalto por meio do então ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), e de parlamentares independentes. Agora, é criticado pelo Muda Senado e não tem garantia de apoio do governo.
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