Candidatos no Senado alardeiam submissão a Bolsonaro
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Enquanto na Câmara o governo já colocou a sua digital no confronto pela presidência da Casa, no Senado a disputa ainda está nebulosa. Os pré-candidatos tentam se equilibrar entre uma postura independente, mas sem se colocar como adversários do Palácio do Planalto. Os postulantes defendem a agenda econômica do governo, mas criticam a pauta de costumes do presidente Jair Bolsonaro.
Pré-candidata pelo MDB, a senadora Simone Tebet (MS) tem como ponto negativo a dificuldade em conquistar apoio na própria bancada, mas conta a seu favor a boa relação que mantém com nomes considerados independentes, como Tasso Jereissati (PSDB-CE), e integrantes do Muda Senado, grupo que pode reunir cerca de 15 votos.
Os rivais dela dentro do partido carregam o bônus e o ônus de serem ligados ao Planalto. Estão na disputa os líderes do governo no Senado, Fernando Bezerra (PE), e no Congresso, Eduardo Gomes (TO), além do líder do MDB, Eduardo Braga (AM). Os três foram chamados ontem de “trio maravilhoso” por Bolsonaro. O MDB insiste em ter candidato por ter a maior bancada.
Na oposição, principalmente no PT, Simone é vista com ressalvas por sua postura favorável à Operação Lava-Jato. Braga, que foi ministro na gestão do PT, tenta descolar sua imagem do governo Bolsonaro, apostando em ter bom trânsito com os dois lados. Para Bezerra e Gomes é mais difícil se desvencilhar do governo. Mas, recentemente, Bezerra contrariou o Planalto e votou a favor da suspensão da portaria da Fundação Palmares que retirou pessoas negras de sua lista de personalidades.
Apontado como o preferido do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) tem contra si o fato de estar em seu primeiro mandato na Casa. Alcolumbre, no entanto, argumenta que Pacheco é independente do Planalto, mas com bom trânsito por lá, podendo dar continuidade à atual gestão, bem avaliada internamente.
O PSD também cogita lançar candidatura, mas enfrenta resistência do principal nome, Antonio Anastasia (MG), que já sinalizou querer evitar entrar em uma disputa acirrada. O líder da bancada, Otto Alencar (BA), enfrenta dificuldades por ser da oposição. Já Nelsinho Trad (MS) tem a barreira oposta: é considerado governista.
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