Lavajatista, Simone Tebet tenta vencer resistências

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Foto: Jane de Araújo/Agência Senado

Dois representantes de bancadas governistas, mas com perfis diferentes, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e Simone Tebet (MDB-MS) são os dois principais nomes na disputa pela presidência do Senado, cuja eleição será em fevereiro.

Ambos apresentam um histórico de votações muito parecido, apoiando o governo Jair Bolsonaro em pautas importantes, principalmente na área econômica. No entanto, apresentam trajetória e comportamento distintos.

Pacheco é herdeiro de empresas familiares e entrou na política pelas conexões feitas nos tempos de advogado criminalista de sucesso.

O senador mineiro herdou uma articulação política do seu padrinho, o atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e agora precisa mostrar independência.

Após a primeira semana com as duas candidaturas definidas, Pacheco, que tem apoio de Bolsonaro, obteve uma ampla vantagem no apoio de bancadas, reunindo em torno de si oito partidos que reúnem teoricamente os votos necessários para obter a maioria no Senado —41.

Estão do seu lado aliados improváveis, como Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e a bancada do PT.

Como a votação é secreta, no entanto, pode haver traições internas. E essa é a aposta do núcleo ligado à senadora, após um começo de campanha que começou abaixo do esperado, ao não obter a integridade dos votos que considerava certo, principalmente das bancadas do Podemos (que conta com 9 senadores) e do PSDB (7). Os tucanos racharam e por isso a liderança decidiu liberar a bancada para votarem como quiserem.

Considerada independente pelos seus pares, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) busca um equilíbrio em seu discurso para fechar uma equação complicada: conseguir manter o apoio dos parlamentares defensores do discurso anticorrupção mais radical —do bloco Muda Senado— e ao mesmo tempo romper resistências em blocos tradicionais e também do presidente Jair Bolsonaro.

Em seu sexto ano no Senado, a parlamentar busca no dia 1º de fevereiro repetir o feito de seu pai, Ramez Tebet (1936-2006), que há 20 anos foi eleito presidente da Casa.

Simone Tebet é portanto um dos numerosos casos no Congresso brasileiro de parlamentar que, antes de trilhar seu próprio caminho, usufruiu do sobrenome e da influência familiar.

Para ser eleita e assim se tornar a primeira mulher da história brasileira presidente do Senado, ela vai precisar reverter a desvantagem do lançamento tardio de sua candidatura, na terça-feira (12), feita em um momento em que seu rival na disputa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), já acumulava apoios em série de bancadas.

Redação com Folha

 

 

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