Maia acusa Bolsonaro de comprar votos na Câmara
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Aliado de Baleia Rossi (MDB-SP) na disputa pela sua sucessão, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou ontem que há sinais de que o governo esteja prometendo ao todo R$ 20 bilhões em emendas parlamentares para quem apoiar Arthur Lira (PP-AL) na eleição da semana que vem.
“Pela conta que eu fiz e pelo Orçamento que teremos em 2021, vai dar pelo menos R$ 20 bilhões de emendas extra-orçamentárias”, afirmou a jornalistas. “Da forma como o governo quer formar maioria aqui, não vai dar certo, porque o ambiente dessas promessas não será cumprido porque não há esse espaço fiscal.”
A estratégia de aliados de Baleia é deixar claro que a corrida é entre um nome associado ao presidente Jair Bolsonaro e um outro independente em relação ao Palácio do Planalto. Parlamentares da oposição devem também intensificar a ofensiva para que o Psol ingresse no bloco que sustenta a candidatura do emedebista, para criar um “fato novo” na disputa, enquanto o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e outros membros da cúpula da campanha pretendem virar votos no DEM e no PSDB, dois partidos que preocupam em função do elevado número de defecções.
Aliados de Baleia insistem que a disputa ainda está acirrada e que o resultado é imprevisível. A aposta do grupo do emedebista é que “o final de semana será longo”, com muitas negociações de última hora.
Para sustentar que a eleição está indefinida, aliados de Maia dizem que, enquanto Lira tem jogado aberto e deixado claro onde há dissidências, para fomentar novas traições, o grupo de Baleia estaria preservando apoiadores dentro do bloco partidário do líder do PP para evitar retaliações.
Apesar da resistência do presidente nacional do Psol, Juliano Medeiros, e de alguns parlamentares alinhados com a candidatura de Luiza Erundina (Psol-SP), deputados da oposição ainda acreditam que conseguirão convencer a legenda a embarcar no bloco de Baleia na reta final, como forma de marcar posição contra Bolsonaro.
Paralelamente, Maia e outros integrantes da campanha trabalham para evitar dissidências em partidos do grupo, especialmente o DEM e o PSDB. A avaliação é que a atuação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já teria surtido efeito e que menos tucanos estariam no grupo de Celso Sabino (PSDB-PA), um dos principais aliados de Lira.
Um dia após desabafar sobre o racha em seu próprio partido e reclamar do presidente do DEM, ACM Neto, Maia diminuiu ontem o tom contra correligionários, em um tentativa de reaproximação com o grupo dissidente. “É legítima a divergência. O DEM vem atuando numa posição de independência em relação ao presidente Bolsonaro. Se essa não fosse a posição, ou eu não estaria no DEM ou estaria divergindo do meu presidente, o ACM Neto.”
À imprensa, Maia criticou a interferência admitida ontem por Bolsonaro na eleição da Câmara. “É um alerta aos deputados de que a intenção do presidente é transformar o Parlamento num anexo do Palácio do Planalto, o que enfraquece o mandato de cada deputado e cada deputada e principalmente o protagonismo da Câmara nos debates com a sociedader”, afirmou.
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