DEM cogita requerer mandato de Maia

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Foto: Reprodução/ O Globo

Depois de reagir duramente às críticas do ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente do partido, ACM Neto, não descarta disputar na Justiça Eleitoral o mandato de deputado de Maia assim que se confirmar sua iminente saída da legenda. A legislação eleitoral prevê que um deputado só mantém o mandato ao trocar de partido fora da janela partidária – a próxima será só no ano que vem – em situações excepcionais, como perseguição política.

Neto diz que caberá ao comando do partido definir como se posicionar numa eventual disputa acerca do mandato de Maia. O presidente do DEM comenta ainda as recentes declarações de Maia e diz que a origem da derrota do bloco de Baleia Rossi (MDB-SP) na eleição para a Câmara foi “Rodrigo ter trabalhado, no fundo, para ele ser o presidente da Câmara”.

Como vê a acusação de Rodrigo Maia ao dizer que ter sido traído pelo senhor?

Rodrigo está procurando um culpado e desculpas para os erros que ele próprio cometeu. Infelizmente ele deixou o poder subir a cabeça e não considerou que os cargos são passageiros, transitórios.

Acredita que outros parlamentares acompanharão Maia e deixarão o DEM?

Espero e acredito que não. Vi ontem, ao longo do dia, uma enorme coesão da nossa bancada, uma solidariedade grande em relação à posição partidária. Até porque, as decisões que o DEM adotou nesse processo foram respeitando a vontade da maioria. Não sou dono, sou presidente do partido, e como tal tenho a obrigação de acatar a vontade da maioria. Existe hoje um pensamento consolidado de que a direção do DEM fez o que precisava fazer no processo de eleição para a presidência da Câmara.

Quando desistiu de construiu uma maioria em torno de Baleia Rossi (MDB-SP)?

Fiquei até o fim tentando construir maioria na bancada do DEM para ter um bloco com Baleia Rossi (MDB-SP). Não consegui porque o desgaste e a rejeição com Maia eram tão grandes que, no final, ficou impossível construir maioria para o Baleia. Se não fosse a minha intervenção para garantir a neutralidade, a maioridade da bancada teria aderido ao bloco de Arthur Lira (PP-AL). Fiz isso para preservar a integridade e a unidade do DEM, para assegurar que o DEM tivesse a presidência do Senado e para evitar um vexame público de Rodrigo Maia.

O senhor atribui a derrota de Baleia Rossi aos erros de Maia. Quais foram esses erros?

A gênese de tudo isso foi Rodrigo ter trabalhado, no fundo, para ele ser o presidente da Câmara. O candidato de Rodrigo Maia era Rodrigo Maia. No momento que o Supremo Tribunal Federal não concedeu a ele o direito à reeleição, ele perdeu a força na condução desse processo e foi cometendo um erro atras do outro a ponto de ter chegado no final sem sequer ter apoio de terço da bancada dele. O maior erro dele foi não ter se manifestado, se maneira contundente, que não seria candidato antes da decisão do STF.

Na sua visão, Maia transfere a responsabilidade da derrota para o senhor?

Rodrigo não é um político de massas. Seu grande ativo são as articulações políticas bem feitas. Quando ele falha na articulação, tenta buscar um culpado e transferir uma responsabilidade que é exclusivamente dele para não assumir os erros que cometeu. É impressionante como ele é incapaz de fazer uma autocrítica, olhar no espelho e ver tudo que errou. Na votação da presidência da Câmara, o Arthur Lira ter mais do que o dobro dos votos do Baleia Rossi é a manifestação mais contundente do quanto Rodrigo errou durante todo esse processo.

Vê alguma chance de recompor com Rodrigo Maia e ele permanecer no DEM?

Sempre coloquei que ficar ou não seria uma decisão de Maia. Pelas declarações que ele deu recentemente demonstra um desejo de não permanecer no DEM. O que fazer diante desse quadro caberá a uma deliberação da Executiva Nacional. Mas somente depois que houver um fato concreto vamos discutir e deliberar sobre o assunto.

O DEM pretende liberar Maia para levar o mandato ou pode haver um disputa em torno disso?

O assunto será tratado no momento oportuno pela Executiva do partido que vai deliberar sobre isso coletivamente.

O ex-ministro da saúde Henrique Mandetta fez criticas ao seu posicionamento e disse que a base do DEM virou uma “geleia”. Vê chances dele abandonar o DEM?

O Democratas não abriu ainda discussão sobre 2022. Então qualquer um que tenha a pretensão de dizer qual é o caminho do partido está falando em nome próprio. Passamos até o fim do ano passado todos focados na eleição municipal e conseguimos ter uma grande vitória nas urnas no pleito para prefeitos em vereadores. O DEM foi o partido que mais cresceu. É prematuro querer cravar o caminho do Democratas em 2022.

Mas vê chances de Mandetta deixar o DEM?

O Mandetta é um grande quadro, considero que é um dos nomes mais qualificados dentro do partido, não desejo que ele saia do Democratas. Ele pode dar uma contribuição importante para o ano que vem quando a discussão começar, o que não é agora.

Qual é o momento para cravar o posicionamento do DEM em 2022?

Se depender de mim, isso só será tema para o segundo semestre.Temos uma pandemia para superar, temos um país para vacinar, empregos para preservar, uma economia para recuperar. Temos tantas prioridades na frente de discutir eleição presidencial que eu peço que as pessoas que estão com essa pauta na cabeça guardem para o momento certo.

Hoje qual a chance do DEM ter um candidato próprio em 2022?

Ter um candidato próprio a presidente é uma hipótese como não ter também é. Não posso tratar disso tendo em vista que esse tema não começou a ser tratado internamente. Vou reafirmar o que o momento não é o de chegar a conclusões sobre o processo presidencial. Ainda vamos iniciar essa discussão dentro o partido.

Mas há uma perspectiva da Executiva do DEM se reunir depois do Carnaval para debater os rumos da sigla, certo?

Há a perspectiva de um almoço entre governadores e prefeitos de capital e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Vamos fazer conversas e reuniões permanentes para organizar as coisas póseleição do Congresso e também para traçar um cronograma para debater 2022.

Nesta noite o senhor tem um jantar com o governador João Doria. Hoje quais as chances do DEM apoiá-lo em 2022?

Repito que o DEM não abriu a discussão sobre 2022. Hipótese é claro que existe. Inclusive hoje São Paulo é um dos estados mais fortes do partido pela presença do governador Rodrigo Garcia (DEM-SP), dos deputados federais da bancada, dos prefeitos que foram eleitos ano passado. É claro que tudo vai ser levado em consideração na hora certa.

O senhor nega aproximação com o governo, mas chegou a ser sondado para ser ministro de Bolsonaro.

Tenho experiência e tempo de vida e de política para não tratar desse tipo de tema mediante especulação. Nunca recebi nenhum convite para ser ministro. O que ocorreram foram especulações. Não fui convidado e jamais seria porque eu nunca cogitei essa hipótese. Não há hipótese nenhuma de eu ser ministro, nem de eu negociar ministério ou mesmo de eu me transformar em base de governo, isso tudo está descartado.

Maia afirmou que estava 90% certo de que Luciano Huck se filiaria ao DEM se decidisse concorrer à presidência em 2022. Como estão as conversas com ele?

Maia foi deselegante e falou pelo Luciano, que não expressou decisão sobre ser candidato, e nem por qual partido seria. Não tenho direito de falar pelo Luciano.

O Globo

 

 

 

 

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