Teich critica medidas de autoridades contra covid
Foto: CNN
Em entrevista à CNN nesta sexta-feira (26), o ex-ministro da Saúde Nelson Teich defendeu que as medidas de restrições dos governos sejam constantes e não em fases, com o objetivo de evitar novos casos de Covid-19 e o agravamento da pandemia.
“As pessoas ficam tentando adivinhar e interpretar, olhando o passado, e tentando dizer o que tinha que ter sido feito. Mas claramente temos que ter as medidas de distanciamento para evitar a transmissão, até por causa das variantes”, disse.
“Independente de qualquer situação, até que você possa liberar num futuro, as medidas de distanciamento, de estar em lugar mais aberto, da lavagem das mãos e do uso da máscara não tem hora para acabar. Tem que ser uma coisa contínua, e não em fase”.
No Brasil, mais de 250 mil brasileiros já morreram por causa do novo coronavírus. Tentando frear o avanço das transmissões, onze estados e o Distrito Federal anunciaram medidas para restringir a circulação das pessoas. São eles: Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Bahia, Ceará, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Acre, Amazonas, São Paulo e o Distrito Federal.
Teich ainda afirmou ser inegável que estamos vivendo o pior momento da pandemia. “Nesse momento a gente tem duas coisas novas em relação ao ano passado: o aparecimento das variantes e as vacinas. Isso torna a situação um pouco mais complexa para trabalhar porque vamos ter que acompanhar como as variantes se espalham pelo país e qual vai ser a eficácia das diferentes vacinas em relação às variantes. É uma situação bastante delicada”, explicou.
Na avaliação do ex-ministro da Saúde, o agravamento da pandemia no país hoje está relacionado às variantes. “Não adianta interferir quando aquilo está totalmente espalhado, você só vai tratar o problema que já instalou. Então, nesse momento a gente vai ter que preparar o país inteiro para atender as pessoas que vão precisar de UTI, de oxigênio. Hoje [é preciso] avaliar a evolução [da Covid-19] em cada região. Se olhar a curva de Manaus e do Amazonas, é assustadora, é uma coisa completamente descolada de tudo o que aconteceu nesse país. E se você imaginar que isso é uma possibilidade para cada região do país, é realmente preocupante porque a chance de sobrecarregar o sistema é enorme.”
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