Empresário que vendeu mansão a Flávio superfaturou documentação
Foto: Dida Sampaio / Estadão
O empresário Juscelino Sarkis, que detinha a propriedade da casa em Brasília comprada pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), afirmou ao site O Antagonista não ter recebido o valor total do negócio, de R$ 5,9 milhões.
Segundo ele, Flávio realizou depósitos que somam R$ 1,09 milhão. Mesmo assim, Sarkis registrou na escritura do imóvel que recebeu R$ 2,87 milhões de entrada. O restante do valor, R$ 3,1 milhões, foi financiado por Flávio no Banco Regional de Brasília (BRB) e já transferido para a empresa de Sarkis, a RVA Construções e Incorporações S/A.
Em nota, a empresa disse que “adotou todas as providências legais que cabem ao vendedor, em estrita observância ao Código Civil e às demais leis que regem os contratos de compra e venda de imóveis”. “Informa, ainda, que os valores da venda serão devidamente declarados às autoridades fazendárias, colocando-se à disposição para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários”, afirma a RVA Construções.
Denunciado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no suposto esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, o senador Flávio e sua mulher, a dentista Fernanda Antunes Bolsonaro, compraram o imóvel luxuoso, perto do Lago Paranoá, no fim de janeiro.
A nova casa do filho do presidente da República fica localizada no setor de Mansões Dom Bosco, no Lago Sul, bairro nobre da capital, e foi vendida em anúncio como “a melhor vista de Brasília da suíte máster”. O senador, no entanto, registrou o imóvel em um cartório de Brazlândia, cidade de perfil rural a 50 km do Plano Piloto. A casa tem 1,1 mil m², com quatro suítes amplas, academia, piscina e spa com aquecimento solar.
O valor do novo imóvel é mais que o triplo do total de bens declarados por Flávio à Justiça Eleitoral em 2018, quando disputou uma vaga no Senado pelo Estado do Rio de Janeiro. Naquela ocasião, Flávio declarou bens avaliados em R$ 1,74 milhão, incluindo um apartamento residencial na Barra da Tijuca, no Rio (R$ 917 mil), uma sala comercial no mesmo bairro (R$ 150 mil), 50% de participação da empresa Bolsotini Chocolates (uma franquia da Kopenhagen, de R$ 50 mil), um veículo Volvo XC de R$ 66,5 mil e aplicações e investimentos que somavam R$ 558,2 mil.
Segundo o registro da compra feito no 1º Ofício de Registro de Imóveis do Distrito Federal, em 2 de fevereiro de 2021, o pagamento dos R$ 3,1 milhões financiados no BRB poderá ser feito em 360 parcelas, a uma taxa de juros efetivos de 4,85% ao ano e taxa de juros reduzida de 3,71% ao ano, além da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial.
Em declaração ao Estadão, o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, afirmou que não houve vantagens no financiamento para o filho do presidente da República.“Taxa é taxa de mercado. Operação normal. A gente é líder aqui no Distrito Federal”, disse Costa.
Em um vídeo digulgado em suas redes sociais na terça-feira, 2, Flávio afirmou que, além do financiamento imobiliário, vendeu um outro imóvel no Rio de Janeiro para comprar a casa em Brasília. Ele disse, porém, ainda não ter registrado o negócio em cartório.
Procurado por meio de sua assessoria para comentar as declarações de Sarkis, ele não se manifestou.
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