Cidades bolsonaristas sofrem tragédia sanitária

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FOTO: GABRIELA BILO/ESTADÃO

Duas cidades paulistas ajudam a ilustrar do que se trata o embate governadores versus Jair Bolsonaro na pandemia. A primeira é Praia Grande, onde a administração municipal peitou João Doria, manteve praias abertas na virada do ano e acabou escolhida pelo presidente para seu simbólico e nefasto banho de mar no 1.º de janeiro: 58 novas mortes desde então e aumento de casos. Em Bauru, a prefeita bolsonarista Suéllen Rosim (Patriota) adotou atitude negacionista e mergulhou a cidade do interior num pesadelo: 106% dos leitos de UTI ocupados.

Até o fim de dezembro último, haviam sido registradas 299 mortes em Bauru. De 1.º de janeiro a 9 de março, a cidade já soma 152 mortes. Os casos confirmados de covid-19 aumentaram 42,5% neste ano em relação a 2020 inteiro.

Em Praia Grande, até o dia 31 de dezembro foram registrados 12.600 casos confirmados de covid-19 no município. Do início do ano até 9 de março, o número chegou a 17.585. Em três meses, foram quase 5 mil casos confirmados, o equivalente a 40% do total registrado no ano passado.

A prefeitura de Bauru diz que “o aumento de casos de covid-19 ocorreu em todo o País e no Estado” e que procura aliar o cuidado com a saúde e com a economia da cidade.

A prefeita Raquel Chini (PSDB), de Praia Grande, não respondeu aos pedidos de contato feitos pela Coluna.

A governadora Fátima Bezerra (PT-RN) participou de uma tensa audiência de conciliação em que foi pressionada por empresários e pelo prefeito de Natal, Álvaro Dias (PSDB), a rever medidas restritivas adotadas por ela em todo o Estado.

Eles tentaram reduzir o toque de recolher e diminuir restrições. A governadora levou um especialista do conselho científico para falar, mas ele foi impedido. Pelo menos 90 pessoas estavam na fila da UTI no Rio Grande do Norte.

Em determinado momento, Fátima teve de dizer ao desembargador Dilermando Mota: “Vossa Excelência, vai me deixar falar?” O presidente da OAB-RN, Aldo de Medeiros, classificou a reunião como “hostil”. “A situação está muito complicada, mas acho que a governadora poderia ceder”, disse.

Estadão

 

 

 

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