Bolsonaristas eleitos em 2018 não vão se reeleger
Foto: Marcos Corrêa/PR
Integrante da cúpula do PSL, partido que deu abrigo a Jair Bolsonaro na eleição de 2018, o deputado Junior Bozzella não considera fácil o caminho de retorno do presidente ao partido.
Bolsonaro vem negociando com diferentes siglas sua filiação para tentar a reeleição em 2022. Aliados do presidente dizem que a escolha do novo partido é condicionada a domínio da máquina pelo clã presidencial.
É nesse ponto, segundo Bozzella, que o projeto presidencial encontra dificuldades. Não há cacique de partido relevante disposto a entregar diretórios importantes a Bolsonaro e seus aliados. A pressão sobre o presidente, no entanto, vem de parlamentares da ala ideológica do bolsonarismo, que enxergam um duro caminho para a reeleição, avalia Bozzella.
Se Bolsonaro já não tem um caminho tão tranquilo, com a entrada de Lula no jogo, a coisa é muito mais preocupante para os bolsonaristas que passaram o mandato lacrando na internet e pouco produziram. “Em 2018, Bolsonaro surfou uma onda do bem contra o mal na política. Aproveitou o vento favorável da Lava-Jato, o apoio de Sergio Moro, a agenda da corrupção e da segurança. Em 2022 ele não vai ter nada disso”, diz Bozzella.
Com uma crise econômica e sanitária sem precedentes agravada por sua conduta no primeiro mandato, Bolsonaro precisará de uma máquina partidária forte para tentar conquistar um segundo mandato. É essa necessidade, avalia o número dois do PSL, que também guia deputados bolsonaristas e outros aliados “eleitos na onda” de 2018.
“O desespero já bateu nos aliados dele no Congresso, essa turma que foi eleita numa onda que já não existe mais. O resultado pífio de algumas figuras que apoiaram parentes na eleição do ano passado mostra o que vai acontecer. Muitos não voltarão”, diz Bozzella.
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