CPI da Pandemia pega governo de calças curtas
Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
Existe um ditado no Congresso de que é possível saber como uma CPI começa, mas não como ela termina. A instalação de uma investigação nesses moldes no momento atual é um duro golpe para o presidente Jair Bolsonaro, que ficará em uma situação de extrema fragilidade perante o Congresso.
Acuado pela possibilidade de um impeachment desde o início da pandemia, Bolsonaro cedeu à política ao fazer uma aliança com o Centrão em busca de garantir mais estabilidade no cargo. As concessões feitas, porém, sempre foram muito aquém do desejado pelo Congresso, que recicla semanalmente pedidos por cargos e mais verbas do Orçamento para suas bases.
O recrudescimento da situação sanitária com seguidos recordes de mortes já tinha deixado claro que o governo teria dificuldade de impor sua agenda legislativa mesmo com a eleição em fevereiro de aliados para o comando da Câmara e do Senado. Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) avisaram ao Planalto ser impossível discutir, por exemplo, uma agenda de reformas agora — e cobraram mudança de postura do governo sobre a pandemia.
Na semana passada, buscando acalmar os ânimos, Bolsonaro abriu mão do ministro Ernesto Araújo e fez um remanejamento na Esplanada dando a articulação política do governo ao Centrão, com a nomeação de Flávia Arruda. O gesto agradou, mas ainda é considerado insuficiente.
E agora há uma crise entre parlamentares e a equipe econômica, que considera inexequível o Orçamento aprovado pelo Congresso. Enquanto o time de Paulo Guedes pressiona o presidente a vetar emendas, Lira tem sido o mensageiro de que isso pode significar uma sucessão de derrotas no Legislativo.
Se a negociação política estava longe de ser concluída, o ingrediente da instalação de uma CPI sobre a pandemia no Senado torna o Planalto ainda mais vulnerável. Resta saber se Bolsonaro vai adotar o pragmatismo da aproximação com o Centrão e fazer composições para reduzir os riscos que seu governo correrá com a investigação ou se partirá para o enfrentamento com o Congresso, algo que sua militância sempre defendeu.
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