Oposicionistas do MDB atuarão na composição da CPI

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Foto: Roque de Sá/Agência Senado

O governo Jair Bolsonaro, uma ala do MDB e a oposição travam uma guerra nos bastidores para definir o controle da CPI da pandemia, que deve ser instalada em breve no Senado. O MDB avança nas articulações para ficar com a relatoria, o que é crucial para a condução das investigações. Em resposta, o Palácio do Planalto acionou aliados de peso, como forma de tentar reverter o cenário desfavorável.

Uma das jogadas dessa disputa foi a oficialização, ontem, da escolha de Renan Calheiros (AL) e Eduardo Braga (AM) como representantes do MDB na comissão. A indicação deles já estava posta, mas a articulação governista ainda tentava reverter a nomeação do senador alagoano, considerado um adversário ferrenho. Segundo fontes do partido, representantes do Palácio chegaram a sondar integrantes da bancada emedebista, como forma de tentar angariar apoio contra a indicação dele. No seu lugar, o Planalto queria que fossem recomendados nomes como o do senador Márcio Bittar (MDB-AC) ou de Eduardo Gomes (MDB-TO).

Tradicionalmente, por ser a maior legenda da Casa, o MDB teria direito à presidência do colegiado. A sigla, no entanto, decidiu contrariar essa convenção e optou por pleitear a relatoria da CPI. Com isso, a legenda ficaria responsável por apresentar um parecer final após a conclusão das investigações, o que inclui o poder de recomendar o indiciamento de autoridades para órgãos como o Ministério Público.

Para costurar esse acordo, Braga chegou a se reunir com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e integrantes de outras bancadas. De acordo com um interlocutor, ele já teria garantido o apoio da oposição e de partidos independentes, que rechaçam a possibilidade de Bolsonaro determinar os rumos da CPI. Ao todo, a comissão de inquérito terá 11 membros titulares. Nessa composição, o presidente Jair Bolsonaro deve ter uma base minoritária e, por isso, a briga pela presidência do colegiado se tornou fundamental para a segurança do Executivo

A possível escolha de Renan Calheiros para a relatoria abre espaço para que outro partido assuma a presidência da CPI. Neste caso, o PSD pode reivindicar a cadeira por ser a segunda maior legenda do Senado.

Omar Aziz (PSD-AM) seria um dos interessados em comandar os trabalhos. Ele é parlamentar do Amazonas, Estado que sofreu um colapso durante o mês de janeiro quando diversas pessoas morreram sufocadas por falta de oxigênio nos hospitais.

Quem corre por fora nessa disputa é o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), responsável pelo requerimento que deu origem à CPI.

Em desvantagem, o Palácio do Planalto está acionando aliados para tentar mudar o quadro. Um deles é o ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP), a quem o governo recorreu para pedir ajuda nas negociações. Uma das ideias era que o parlamentar fosse indicado pelo próprio partido, o DEM, ou por alguma bancada parceira para compor a CPI e disputar a presidência do colegiado, cargo que tem a prerrogativa de definir quem será o relator.

Alcolumbre, no entanto, estaria relutante. Desde que deixou o comando do Legislativo, o senador passou a priorizar o Amapá, seu berço eleitoral, que enfrenta dificuldades por conta do recrudescimento da pandemia. No último mês, por exemplo, o senador atuou para garantir leitos e insumos para as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) no Estado. O seu foco também tem sido levar usinas de oxigênio à região.

Em outra sinalização ruim para o Executivo, o presidente do Senado indicou ontem que vai “recomendar” que o colegiado funcione apenas “presencialmente”, mas admitiu que, caso haja acordo entre os membros da comissão, as investigações podem acontecer por meio do sistema semipresencial.

Na prática, Pacheco deve dar autonomia para que o futuro presidente da comissão de inquérito construa um consenso com os participantes. Juntos, eles poderão definir em quais etapas o trabalho será remoto ou não. Essa possibilidade preocupa os bolsonaristas, que ainda trabalham pelo adiamento da CPI para o fim do ano.

Neste cenário, o governo terá de ajustar a estratégia que usará diante das apurações e investigações do colegiado. Uma das combinações é que a base aliada “terceirize” os possíveis erros de gestão que podem ser constatados pelos parlamentares.

A ordem é tirar o Palácio do Planalto da mira. O plano, no entanto, pode fazer com que o ex-ministro Eduardo Pazuello seja o alvo preferencial. No Senado, há consenso que o ex-ministro da Saúde terá que dar diversas explicações. Com isso, dizem senadores, é inevitável que algumas omissões recaiam sobre os ombros do militar.

Valor Econômico

 

 

 

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