CPI segue fustigando Bolsonaro nesta quinta

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Foto: Jefferson Rudy / Agência O Globo

Depois de uma primeira sessão em que foram escolhidos o presidente, Omar Aziz (PSD-AM), e o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), os senadores que integram a CPI da Covid voltam a se reunir nesta quinta-feira. Os primeiros movimentos da comissão já evidenciaram que a tarefa do Palácio do Planalto de defender a própria conduta no curso da pandemia será complicada.

Em minoria na comissão e sofrendo derrotas em sequência, o governo tem tido a atuação contestada inclusive por aliados, que veem amadorismo na atuação. Dentro do Executivo, há também a percepção de que não se encontrou o caminho para blindar a gestão Jair Bolsonaro e de que as ações em curso são pouco efetivas. Há uma disputa interna no Palácio do Planalto entre os ministros Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil) e Onyx Lorenzoni (Secretaria-Geral) pelo comando da estratégia, como revelou o colunista Lauro Jardim.

Senadores avaliam que o Planalto ainda não conseguiu desenvolver meios para proteger Bolsonaro das investigações. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), tem tentando manter um clima pacífico entre o Planalto e Renan, mas sem sucesso. Ele afirmou publicamente que o critério da proporcionalidade deveria ser respeitado na CPI — foi essa regra que garantiu o posto a Renan.

Uma estratégia criticada é a de buscar na Justiça tirar Renan da relatoria. A ação movida pela deputada deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP) foi vista como um tiro no pé. Até mesmo integrantes do governo criticaram a iniciativa da parlamentar, considerada fadada ao fracasso, e viram na ação muito mais uma posição pessoal visando o próprio eleitoral. Renan já afirmou que a ação foi uma tentativa de politizar a CPI.

A avaliação de senadores é de que houve um erro por parte do Planalto por considerar que a comissão não seria instalada. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), tentou barrar o colegiado, mas foi forçado a garantir o seu funcionamento por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Agora, o próprio Pacheco virou alvo de críticas do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente da República.

Com a criação efetivada, o Planalto não trabalhou para garantir a indicação de aliados pelos partidos, ficando com apenas quatro das 11 vagas. A tentativa de agir a posteriori foi considerada atabalhoada. Governistas buscaram o líder do MDB, Eduardo Braga (AM) para que ele tentasse tirar Renan da CPI ou assumisse a relatoria em seu lugar. Senadores avaliam ser notória a relação de proximidade entre os dois, o que impediria Braga de tomar tal atitude. No caso do PSD, Nelsinho Trad (MS), líder do partido, também foi pressionado a trocar Omar Aziz (AM) ou Otto Alencar (BA), mas ele se viu de mãos atadas por não poder ir contra sua bancada.

Assim, o governo não conseguiu interferir nas escolhas de presidente e relator, além de ter mais dificuldade na aprovação de requerimentos. Interlocutores do Planalto também avaliam que a tropa de choque do governo na CPI é frágil. Entre os titulares, Jorginho Mello (PL-SC), considerado aliado de primeira hora de Bolsonaro, e Eduardo Girão (Podemos-CE), que anuncia ser independente, são considerados pouco habilidosos e experientes para enfrentar Renan.

O grupo é composto ainda por Ciro Nogueira, que, embora seja um dos principais conselheiros de Bolsonaro, é menos combativo publicamente. A partir disso, toda a expectativa recai sobre o senador Marcos Rogério (DEM-RO), que tem protagonizado alguns dos embates e tem relação próxima com Onyx.

Nos bastidores do Planalto, há uma disputa pelo comando da estratégia. Onyx, experiente em CPI, tem procurado atuar no tema, enquanto Ramos montou um comitê para centralizar dados que embasariam as “respostas” do governo à investigação. Além disso, a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, não se envolveu nos assuntos da CPI. E ela ainda é próxima ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), adversário político de Renan.

Há a percepção também de que o governo dá sinais trocados, busca aproximação em um dia e no outro ataca publicamente. Bolsonaro ligou para o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB-AL), em busca de aproximação com o pai. No mesmo dia, porém, Flávio deu entrevista ao GLOBO falando contra a indicação de Renan para a relatoria e sinalizando que havia a expectativa de uma decisão judicial favorável para barrar o senador alagoano.

O Globo

 

 

 

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