O tenebroso “doutor Jairinho”
Foto: Vitor Brugger/Am Press & Images/Estadão Conteúdo
O vereador Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho, foi indiciado pela Polícia Civil do Rio por ter agredido e torturado a filha de uma ex-namorada, quando a criança tinha entre 3 e 5 anos. As agressões aconteceram entre o final de 2010 e início de 2013. O inquérito foi finalizado e enviado ao Ministério Publico do Rio de Janeiro (MP-RJ), indiciando Jairinho por tortura contra indefeso.
O delegado responsável pelo caso, Adriano França, titular da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), informou que pediu a prisão preventiva do vereador. Jairinho já está detido no presídio Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8 – ele é acusado pela polícia do homicídio do menino Henry Borel, de 4 anos.
Ainda de acordo com o delegado, as agressões e torturas foram comprovadas através de laudos do Instituto Médico Legal (IML) e prontuários médicos da época, conseguidos ao longo das investigações, mesmo os fatos tendo acontecido há mais de 8 anos.
Além disso, foram colhidas provas testemunhais e documentais que corroboram as agressões e torturas. Dentre as provas documentais, há fotos que mostram Jairinho com a criança em determinados momentos, que desmentiram a versão apresentada pelo parlamentar em seu depoimento quando de sua prisão.
Houve também o testemunho da criança à DCAV, relatando as agressões sofridas à época.
Adriano França afirmou que, neste caso, não há qualquer indício de omissão por parte da mãe da menina agredida. Assim que essa mãe soube dos fatos, rompeu o relacionamento com Jairinho.
Segundo o delegado, ela não denunciou o vereador por medo. Porém, quando o caso do menino Henry veio à tona, ela resolveu denunciar Jairinho.
Há, ainda, outros dois inquéritos em andamento. Um que apura outras agressões e torturas contra uma criança, um menino que na época tinha 3 anos e hoje está com 8; e um que apurar violência doméstica sofrida por essa ex-namorada do vereador.
Para o delegado Felipe Curi, diretor do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), esses fatos “servem para corroborar o perfil violento de Jairinho com crianças filhas de mulheres que ele teve relacionamento”.
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