Depoimento de Moro tem bate-boca

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Foto: Agência Brasil

O ex-juiz Sergio Moro prestou depoimento hoje à Justiça Federal do Distrito Federal, no âmbito da Operação Spoofing – que investiga as invasões aos celulares de autoridades brasileiras. Durante a audiência, ao questionar Moro, um dos advogados de defesa protagonizou um bate-boca com o procurador do MP (Ministério Público) e questionou se Moro era próximo do magistrado que conduzia o julgamento.

Ariovaldo Moreira, advogado de Gustavo Henrique Elias Santos, que é um dos acusados de hackear o celular do ex-ministro, fez diversos questionamentos a Moro sobre como ele usava seu celular e sua proximidade com envolvidos na apuração.

Moreira chegou a questionar se Moro tinha relação próxima com o juiz da audiência e se ele tinha o telefone do magistrado em sua agenda telefônica. A pergunta, no entanto, foi indeferida pelo juiz Ricardo Augusto Soares Leite. O advogado, porém, disse que era “claro” que havia um vínculo próximo entre os dois.

O advogado também questionou se Moro chegou a fazer algum requerimento ao delegado da Polícia Federal responsável pelo caso para restringir o acesso ao material interceptado. “Eu nunca interferi neste caso, mas se tiver alguma suspeita concreta e não especulação vazia de que eu tenha feito, pode me perguntar diretamente”, respondeu Moro.

Os atritos continuaram quando Ariovaldo Moreira disse que Moro devia responder as perguntas de forma objetiva, “sem ponderações” — “não é mais juiz”, reclamou o advogado —, e quando ele argumentou que como testemunha Moro era obrigado a responder uma pergunta que havia se negado, sobre o conteúdo das mensagens vazadas pelos hackers.

Moro foi defendido pelo juiz, que indeferiu o questionamento do advogado, e pelo procurador, que afirmou que o defensor estava tratando a testemunha “como se fosse réu”. O membro do MP disse que a testemunha não poderia ser constrangida e que as perguntas que o advogado estava fazendo não eram pertinentes. A objeção foi endossada pelo juiz, que disse que o advogado estava “adotando um tom muito ofensivo” nas perguntas.

“Causa estranheza essa parcialidade”, disse o advogado, questionando o fato de que, segundo ele, todos os pedidos da defesa estavam sendo indeferidos. Nas duas perguntas seguintes, o juiz novamente interveio.

Quando Ariovaldo Moreira perguntou se Moro tinha o telefone do procurador, este interferiu e, visivelmente incomodado, disse que havia ficado ofendido. “Eu não estou preocupado, eu só estou querendo respeito”, afirmou.

O juiz então interrompeu o bate-boca e o advogado se manifestou novamente, desculpando-se e falando que não tinha a intenção de ofender o juiz ou o procurador, mas afirmou que Moro “conversava com todo mundo”, em referência às conversas do então juiz com membros do MP sobre a Lava Jato, e por isso era relevante saber as relações pessoais do ex-juiz.

No depoimento, Moro afirmou que as mensagens que foram hackeadas acabaram beneficiando pessoas que foram condenadas pela Justiça. “Todas essas mensagens foram utilizadas de uma maneira sensacionalista para buscar interromper investigações contra crimes de corrupção e anular condenações”, disse.

O ex-ministro voltou a negar interferência na investigação do ataque hacker enquanto ocupou o Ministério da Justiça no governo Jair Bolsonaro. O inquérito foi aberto a partir de uma comunicação do então ministro, quando ele percebeu que o celular havia sido invadido.

Depois de Moro, a ex-deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) também depôs na mesma audiência. Ela foi ouvida porque foi citada pelo Walter Delgatti Neto, um dos suspeitos, como uma interlocutora entre ele e o jornalista Glenn Greenwald, fundador do Intercept.

“Acredito que não só eu entenda [que o Walter Delgatti fez um favor ao País], mas a ampla maioria da sociedade brasileira, inclusive setores importantes que representam as instituições do nosso País, como vimos recentemente nos comentários dos ministros do Supremo Tribunal Federal”, afirmou.

Em julho do ano passado, tanto Moro quanto Manuela já haviam sido ouvidos como testemunhas no mesmo processo. No entanto, um recurso da Defensoria Pública de União anulou as oitivas, que precisaram ser refeitas.

A Operação Spoofing foi deflagrada pela Polícia Federal em 23 de julho de 2019, para investigar invasões às contas de Telegram de algumas autoridades brasileiras, como Moro e procuradores da Operação Lava Jato.

Uol 

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