Covid explode em SP, mas governo mantém abertura
Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress
O número de pacientes de Covid-19 internados em UTIs no estado de São Paulo voltou a subir nesta semana, chegando novamente a passar a marca dos 10 mil doentes em tratamento intensivo no estado.
Depois de oito dias seguidos em que a marca ficou no patamar de 9.000 pacientes, houve um salto na terça (18), com o registro de 10.159 pessoas nas UTIs de hospitais paulistas.
A taxa de ocupação de leitos passou de 78,9% para 80%. Em algumas regiões, ela é bem maior: de 98% em Barretos e Registro, de 96% em Marília e de 95% em Araraquara.
O número de internados é 62,5% maior do que o registrado no pico da primeira onda da epidemia, em julho do ano passado, quando 6.250 pessoas estavam em UTIs.
As notícias alarmantes não se resumem às unidades intensivas: todos os dados epidemiológicos de SP voltaram a registrar piora.
A média diária de novos casos de Covid-19 deu um salto de 8,1% nos três primeiros dias da semana, em comparação com o mesmo período da semana passada: passou de 8.429 para 9.111 novas infecções.
As internações também subiram, de uma média diária de 2.068, no começo da semana passada, para 2.237 agora –um crescimento de 8,2%.
Os pacientes internados em enfermaria, que chegavam a 11.533 na semana passada, são agora 11.685.
O número de óbitos também cresceu, de 337 para 370 –ou 9,8%.
Na segunda (17), a coluna já tinha antecipado que a lotação de UTIs em São Paulo mostra que o país pode já estar vivendo a terceira onda da Covid-19.
Segundo levantamento do SindHosp (sindicato dos hospitais, clínicas e laboratórios paulistas), o percentual de hospitais com ocupação de leitos acima de 80% deu um salto, e passou de 79% na última semana de abril para 85% nesta semana.
Em 39% do total dos hospitais, a situação é mais grave, com 91% a 100% de seus leitos de UTI ocupados por pacientes infectados pelo coronavírus. A pesquisa ouviu 90 hospitais do estado entre 11 e 17 de maio.
Apesar da deterioração geral, o governo de João Doria (PSDB-SP) pode flexibilizar ainda mais as regras para o funcionamento das atividades econômicas.