Médico defende 3ª dose de vacina para idosos que receberam CoronaVac
Foto: Tânia Rego/Agência Brasil/Reprodução
O médico imunologista Jorge Kalil defendeu hoje que idosos que tenham recebido a CoronaVac tenham o reforço vacinal de um terceiro imunizante. Estudo recente da Vebra Covid-19, que reúne cientistas de instituições nacionais e internacionais, descobriu que a efetividade da vacina cai conforme a idade avança.
Entre o grupo de 80 anos ou mais, a eficácia global da vacina contra covid-19 fica abaixo de 50,7%, proteção indicada nos estudos clínicos do Instituto Butantan. Na faixa etária próxima dos 70 anos, a efetividade coincidiu com o estudo.
Ao UOL News, Kalil defende a aplicação de uma dose de reforço para pessoas acima dos 60 anos. “Acho, particularmente, que devemos dar reforço sim porque essas são as pessoas com mais chances de morrer, o que seria lamentável. O que queremos é salvar vidas e, depois, diminuir a transmissão do vírus.”
Ele acrescente que a 3ª dose deveria ser de outra vacina. “Temos visto que misturar as vacinas não é ruim, é até melhor.”
Segundo Kalil, era previsível que a vacina CoronaVac teria “problema” entre os idosos. “Vacinas de vírus inativado não induzem boa resposta imune em idosos. Um exemplo é a vacina da gripe”, afirmou. “A CoronaVac era a vacina que tínhamos quando começou a vacinação. Se não tivéssemos vacinado a população de risco, quem decidiu seria criticado porque não aplicou a vacina nos [grupos] prioritários. Era o que tínhamos, temos que vacinar na medida que chegam as vacinas.”
Sempre há alguma proteção, mesmo que não seja alta, tem sido importante.”
Jorge Kalil, médico imunologista
“Há uma discussão se devemos dar uma 3ª dose [da CoronaVac] ou reforço com vacina mais eficaz entre os idosos ou se a vacinação deve continuar em pessoas que não foram atingidas ainda [pelo Plano Nacional de Imunização] para, depois, voltar a vacinar os idosos.”
O médico ressalta que qualquer opção será alvo de críticas. “Existe um grupo, comitê assessor ao Ministério da Saúde onde essa discussão está começando para ver o que seria mais importante em termos de saúde pública.”