CPI da covid pode chegar a Carlos Bolsonaro
Foto: Jorge Hely/Folhapress/foto de arquivo
Nesta quarta-feira vence o prazo para que a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) envie à CPI da Covid informações sobre todos os contratos firmados pelo órgão de janeiro de 2019 a abril de 2020. Para senadores, as informações têm potencial de abrir uma frente de investigação sobre Carlos Bolsonaro, homem forte da comunicação do pai apelidado de “vereador federal” por ser presença constante no Palácio do Planalto.
A principal hipótese levantada por integrantes da CPI é que os contratos com agências de publicidade e outros fornecedores da Secom podem levar a empresas ou pessoas ligadas ao filho 02 de Bolsonaro. O objetivo da investigação é dissecar os dados para apurar também se há vínculos entre prestadores de serviços da Secom com companhias ou pessoas que disseminaram notícias falsas sobre a Covid-19, vacinas e tratamento precoce.
A avaliação de parte dos senadores é que, apesar de depoentes já terem relatado a presença de Carlos e também do senador Flávio Bolsonaro em reuniões sobre temas ligados à pandemia no Palácio, ainda não há uma justificativa consistente para convocá-lo a depor na CPI. Eles acreditam, no entanto, que as informações prestadas pela Secom podem trazer argumentos que sustentem essa medida.
A Secom é área de influência de Carlos Bolsonaro. O vereador também comanda as redes sociais do pai e é responsável por orientar os integrantes do chamado “gabinete do ódio”, que atua justamente na internet e mobiliza a militância digital.
No requerimento enviado à área de comunicação da Presidência, a CPI solicitou informações sobre todos produtos adquiridos e serviços prestados na área de comunicação, publicidade e marketing nos últimos dois anos, detalhamento dos pagamentos feitos a agências de publicidade e relação dos fornecedores do órgão.