Estadão mantém denúncia contra ministro da Defesa
Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO
O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, negou, na manhã desta quinta-feira, 22, que tenha enviado um recado, por meio de um importante interlocutor político, de que não haveria eleições em 2022, se não houvesse voto impresso, como cobra o presidente Jair Bolsonaro.
Ao chegar ao Ministério da Defesa, Braga Netto limitou-se a dizer que se trata de uma “invenção”. O chefe das Forças Armadas não deu nenhuma informação complementar. O Estadão mantém todas as informações publicadas.
O diretor de jornalismo do Grupo Estado, João Caminoto, também usou as redes sociais para reafirmar a veracidade do conteúdo publicado.
“Diante das diversas reações, considero importante reafirmar na íntegra o teor da reportagem publicada hoje no Estadão sobre os diálogos do ministro da Defesa. O compromisso inabalável do Estadão segue sendo a qualidade jornalística e o respeito ao Estado de Direito”, escreveu.
Diante das diversas reações, considero importante reafirmar na íntegra o teor da reportagem publicada hoje no Estadão sobre os diálogos do ministro da Defesa. O compromisso inabalável do Estadão segue sendo a qualidade jornalística e o respeito ao Estado de Direito https://t.co/E9J8wElFb6
— Joao Caminoto (@caminoto) July 22, 2021
Conforme aponta a reportagem, no dia 8 de julho, o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), recebeu o recado de um interlocutor de Braga Netto. O ministro pediu para comunicar, a quem interessasse, que não haveria eleições em 2022, se não houvesse voto impresso.
O presidente Jair Bolsonaro repetiu publicamente a ameaça de Braga Netto no mesmo 8 de julho. “Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições”, afirmou Bolsonaro a apoiadores, naquela data, na entrada do Palácio da Alvorada.
Lira considerou o recado dado por Braga Netto como uma ameaça de golpe e procurou Bolsonaro. Teve uma longa conversa com ele, no Palácio da Alvorada. De acordo com relatos obtidos pelo Estadão, o presidente da Câmara disse ao chefe do Executivo que não contasse com ele para qualquer ato de ruptura institucional.
Desde segunda-feira, 19, o Estadão vinha procurando o Ministério da Defesa para comentar o assunto, mas não obteve respostas aos questionamentos.
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