STF deve investigar Bolsonaro por fake news sobre eleições
Foto: Reprodução
As últimas investidas do presidente Jair Bolsonaro contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e a “live” na qual propagou – inclusive em rede nacional de TV – ataques às urnas eletrônicas podem render novas frentes de investigações contra o chefe do Executivo na Corte.
O ministro Alexandre de Moraes vai analisar, nas próximas semanas, um pedido apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Ele solicitou que Bolsonaro seja incluído como investigado no inquérito das “fake news” depois de o presidente voltar a afirmar que o Supremo proibiu o governo federal de atuar na pandemia.
Esta semana, após o STF desmentir as declarações do presidente, Bolsonaro subiu o tom e afirmou que “o Supremo cometeu crime” ao permitir que Estados e municípios adotassem medidas para combater a pandemia.
No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a “live” em que o presidente passou mais de duas horas propagando mentiras sobre o sistema eleitoral também deve ter consequências.
Termina na terça-feira o prazo dado pela corregedoria da Justiça Eleitoral para que Bolsonaro apresente provas de que houve fraudes nas eleições de 2018.
Na apresentação sobre as urnas eletrônicas, o presidente admitiu que não tinha como comprovar as suspeitas de que o sistema de votação não é seguro. Ele apresentou como “indícios” vídeos que já foram classificados como “fake news” por agências de checagem, além de ilações com base em comentaristas de TV no dia das eleições.
No geral, a “live” do presidente foi vista como “ridícula” e “patética” por ministros do STF e do TSE. Integrantes dos dois tribunais acompanharam atentamente as declarações do presidente, mas decidiram não se manifestar oficialmente por entender que ele não apresentou nada concreto contra as urnas.
A corte eleitoral, inclusive, desmentiu em tempo real alguns dos pontos levantados por Bolsonaro – como o de que muitos eleitores tentavam apertar o 17, mas aparecia o 13 (número do PT) nas urnas em 2018.
Ao final da transmissão, o TSE enviou uma lista com quase duas dezenas de pontos que foram checados e considerados “fake news” pela corte.
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