Aras nega submissão a Bolsonaro
Foto: Pedro França/Agência Senado
O procurador-geral da República, Augusto Aras, saiu em defesa do sistema brasileiro de votação e demonstrou incômodo sobre as críticas de que teria sido omisso em relação ao presidente Jair Bolsonaro.
“Não houve, em nenhum momento, nenhuma omissão do procurador-geral da República”, refutou em entrevista à Folha de S.Paulo. O jornal esclareceu que a entrevista ocorreu ontem, “horas depois de os senadores Fabiano Contarato (Rede-ES) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentarem ao STF (Supremo Tribunal Federal) uma notícia-crime contra Aras para que ele seja investigado por prevaricação”.
Na curta conversa, segundo o jornal, Aras disse que a PGR nunca encontrou provas de fraude nas urnas e ainda atestou a legitimidade de todas as eleições. “O procurador-geral da República participou, na minha gestão em especial, de todos os atos pertinentes às eleições, legitimando as eleições”, disse.
Para rebater as afirmações de que não age em relação às ameaças golpistas e aos ataques de Bolsonaro à Justiça Eleitoral e a ministros do Supremo, ele afirmou que as críticas vêm de pessoas que não conhecem as leis e que ele só pode se manifestar juridicamente.
“A diferença que pode estar surpreendendo o jornalismo é um procurador que não aceita fazer política, é um procurador que tem o compromisso de cumprir a Constituição e as leis.” Segundo Aras, o procurador-geral age com independência funcional e, desta forma, não interfere.
Aras também negou que se sinta desrespeitado pelo STF, sobretudo por decisões recentes, como a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson sem ouvir a Procuradoria. “Não, pelo contrário. O diálogo é permanente com o Supremo, o diálogo com cada ministro é permanente, não há nenhuma dificuldade no relacionamento”, garantiu. “A dinâmica das instituições é essa, é de respeito à divergência.”
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