PT pode romper com o PP na Bahia

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Foto: Reprodução

O PT reforçou a defesa pela candidatura própria ao governo da Bahia com o lançamento do senador Jaques Wagner, mesmo depois dos acenos feitos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a aliados na semana passada, durante viagem pelo Estado. Em sua quarta gestão consecutiva no governo baiano, o partido tenta manter PP e PSD na chapa e deve apoiar a candidatura do senador Otto Alencar (PSD) para um novo mandato no Senado.

O vice-governador João Leão (PP), no entanto, tenta viabilizar sua candidatura ao governo baiano e cobra apoio do PT. “Nós queremos apoiar Lula, mas depende da conjuntura. Eu quero ser governador da Bahia”, afirmou Leão. “Chegou a hora deles me apoiarem”, disse. O vice-governador é presidente do PP estadual da Bahia e um dos vice-presidentes nacionais do partido.

De olho em alianças locais com o PP, o PT fez acenos para que a legenda aliada continue com a vice na Bahia, mas descarta apoiar Leão na cabeça de chapa ao governo estadual. O governador do Estado, Rui Costa (PT), ainda não definiu seu futuro político, mas a tendência é não se candidatar a nenhum cargo em 2022. Com isso, o governador deve ficar até o último dia do seu segundo mandato no comando da Bahia. O vice tinha a expectativa de Costa se desincompatibilizar no início de 2022 e, assim, poderia ficar à frente da gestão por nove meses e ganhar visibilidade.

O lançamento de Jaques Wagner para o governo baiano e o de Otto Alencar para o Senado foi acertado com Lula em conversa há uma semana, em Salvador. “Minha candidatura está posta e fui convidado a disputar um novo mandato”, afirmou Alencar. “A chapa no Estado ainda não está montada, mas aceitei essa missão”, disse o senador do PSD. “Eu apoiarei Lula em 2022. Ele me apoiou em 2014 e agora vou retribuir”, disse. “Temos uma aliança muito sólida.”

O ex-presidente petista visitou seis dos nove Estados da região Nordeste e negociou acordos com lideranças de partidos que compõem a base de apoio do presidente Jair Bolsonaro, como o PP, PSD, Republicanos e MDB. Lula terminou a caravana com sinalizações importantes de apoio de lideranças do Centrão, como na Bahia e em Pernambuco.

Mesmo em busca de apoio do Centrão e de partidos de esquerda, o PT tem indicado que não deixará de ter candidato próprio em grandes colégios eleitorais como a Bahia, que tem o quarto maior eleitorado do país, com 6,9% do total (10,1 milhões de eleitores).

Depois da visita de Lula ao Estado, o deputado federal José Guimarães (CE), vice-presidente nacional do PT e um dos articuladores das alianças eleitorais para 2022, chegou a falar que o PT poderia deixar de ter candidatura própria na Bahia para apoiar um aliado. Em entrevista à “Revista Fórum”, Guimarães disse que o partido deveria ter menos candidatos a governo e investir mais no lançamento de nomes para a Câmara e o Senado. A declaração, no entanto, gerou mal-estar no diretório baiano e Guimarães teve de gravar um vídeo recuando da proposta e defendendo o lançamento de Jaques Wagner.

O presidente do PT da Bahia, Éden Valadares, desmentiu a declaração de Guimarães ao falar que foi um “ruído de comunicação”, um “boi na linha” e disse que o PT está unido em torno de Wagner.

Valor Econômico

 

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