STF não desconfiou de bolsonarista infiltrada
Foto: Pedro Ladeira
A estagiária que trabalhava no gabinete do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski e que era tratada como informante por um blogueiro bolsonarista não despertou desconfiança na corte.
Dentista que estava finalizando o curso de direito, Tatiana Garcia Bressan, 45, costumava ficar até mais tarde no gabinete —estagiários têm horário reduzido de trabalho, mas ela sempre esticava o expediente.
O que então era visto como disciplina e vontade de trabalhar hoje é entendido por colegas dela no tribunal como desejo, na verdade, de colher mais informações para passar ao blogueiro Allan dos Santos, investigado em inquéritos do STF por supostamente disseminar fake news e participar de atos anti-bolsonaristas.
O perfil conservador dela, casada com um empresário e com postagens bolsonaristas nas redes, era conhecido. Mas nunca levantou suspeita de que ela poderia repassar informações do gabinete a pessoas externas ao trabalho.
No perfil falso que criou para apoiar teses bolsonaristas e atacar o STF, Tatiana seguia páginas de apoiadores de Bolsonaro como o cantor Sérgio Reis, o ex-deputado Eduardo Cunha, o apresentador Augusto Nunes e o perfil da operadora saúde Prevent Senior.
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