Ministro do STF chama live de Bolsonaro de “desinformação”
Foto: Reprodução
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (26) que há desinformação que compromete a democracia.
O ministro, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), citou o recente episódio em que Facebook e YouTube retiraram do ar uma live em que o presidente Jair Bolsonaro relaciona, de maneira falsa, vacinas contra a Covid à Aids, e defendeu “algum tipo de controle de comportamentos, conteúdos ilícitos e da desinformação que ofereça perigos para valores caros da sociedade como a saúde e a democracia.”
“Precisamos enfrentar a desinformação, sobretudo quando ela ofereça grave risco para a democracia ou para a saúde. Um exemplo, ocorrido de ontem pra hoje no Brasil, diz respeito à supressão da ‘live’ de uma manifestação de uma autoridade pública que dizia que a vacinação oferecia o risco de contaminação pela Aids. Um absurdo sem nenhuma confirmação científica e que desincentivaria as pessoas a se vacinarem num mundo em que todas as autoridades médicas defendem a importância da vacinação”, afirmou o ministro.
“Portanto, há desinformações que comprometem a democracia e a saúde pública. Então é preciso ter algum tipo de controle de comportamentos, conteúdos ilícitos e da desinformação que ofereça perigos para valores caros da sociedade como a saúde e a democracia”, defendeu.
Barroso também defendeu que as plataformas não podem ser um caminho para o crime. “É preciso de um controle de comportamento e de conteúdo”, disse.
O YouTube removeu nesta segunda a live em que o presidente Jair Bolsonaro propaga mentira sobre relação entre a vacina da Covid e Aids. O g1 apurou que o canal ficará suspenso por uma semana, o que impede a publicação de novos vídeos e transmissões ao vivo.
A decisão da plataforma de vídeos ocorreu após o Facebook retirar do ar o mesmo conteúdo. Por sua vez, o Twitter sinalizou post de Bolsonaro contendo a mesma mentira, mas manteve link no ar.
O YouTube disse que a publicação de 21 de outubro foi removida por violar suas diretrizes de desinformação médica sobre a Covid-19 ao alegar que as vacinas não reduzem o risco de contrair a doença e que causam outras doenças infecciosas.
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