Conheça os marqueteiros de Bolsonaro, Lula, Moro, Ciro e Doria
Foto: Reprodução/Carta Capital
O início do ano eleitoral tem acelerado a formação das equipes da campanha presidencial, antes mesmo da validação oficial das candidaturas. Na prática, em especial nas redes sociais, a corrida já começou, ainda no ano passado, e está se profissionalizando.
Como mostrou o Estadão, os partidos já se preparam para usar a retomada da propaganda partidária no rádio e na TV, de março até o fim do primeiro semestre, para apresentar seus principais nomes na disputa, mesmo correndo o risco de punição por eventual campanha antecipada.
Assim, a montagem dos times avança. Só nesta semana, os pré-candidatos do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e do Podemos, o ex-juiz Sérgio Moro, formalizaram a escolha de seus marqueteiros. Confira os times reunidos até agora e as principais negociações em andamento nas campanhas do presidente Jair Bolsonaro (PT), Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB), além de Lula e Moro:
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
O marketing político do ex-presidente Lula vai ficar a cargo de Augusto Fonseca, da MPB Estratégia & Criação. Será a primeira campanha de Fonseca no PT, mas o marqueteiro já atuou em 2014, ao lado de Aécio Neves (PSDB), e, em 2018, de Ciro Gomes, ambos na sucessão presidencial.
Para as eleições de 2022, o PT decidiu por não investir na figura de um “supermarqueteiro”, como foi feito nas campanhas presidenciais do partido de 2002 a 2014, quando contou com Duda Mendonça e João Santana. Para essa nova campanha, Fonseca trabalhará ao lado de Franklin Martins, que é jornalista e ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social (governo Lula, entre 2007 e 2010), que continuará como coordenador-geral da comunicação do ex-presidente.
Jair Bolsonaro (PL)
O presidente Bolsonaro ainda não bateu o martelo sobre a liderança da sua equipe de marketing para as eleições de 2022, mas é certo que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) seguirá como principal estrategista para as mídias sociais. Ao filho “zero dois” é atribuída a campanha vitoriosa do presidente nas mídias em 2018.
Por influência da ala política do governo, no entanto, Bolsonaro avalia e conversa com marqueteiros sugeridos por ministros e por Valdemar Costa Neto, mandachuva do PL. Um dos cotados para assinar os programas do presidente é o publicitário Duda Lima, ligado a Costa Neto.
Sérgio Moro (Podemos)
O pré-candidato do Podemos à Presidência, Sérgio Moro, escolheu o publicitário argentino Pablo Nobel para comandar a equipe de marketing de sua campanha. O publicitário é integrante da equipe da agência AM4, que trabalhou para Bolsonaro em 2018.
De 2003 a 2017, Pablo Nobel trabalhou na OpenFilms, que produziu vídeos para o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e para as campanhas presidenciais de Aécio Neves (PSDB) e Geraldo Alckmin (sem partido). A produtora também trabalhou na campanha de Daniel Scioli a presidente da Argentina em 2015.
Ciro Gomes (PDT)
O pré-candidato do PDT fechou com o publicitário João Santana, que assumiu o cargo com o objetivo de traduzir o “economês” do ex-ministro Ciro Gomes e apresentá-lo como alguém de posições firmes, mas não temperamentais.
Santana é conhecido no ramo por ter ajudado a eleger os ex-presidentes Lula e Dilma e também por ter sido preso na Operação Lava Jato.
João Doria (PSDB)
O prefeito de Jundiaí, Luiz Fernando Machado, foi escolhido por Doria para a coordenação de comunicação da campanha. Liderança jovem do partido, Machado foi reeleito com quase 70% dos votos em 2020.
Atuante nas redes sociais e de perfil mais conservador, Machado se aproximou de Doria durante as prévias tucanas e, neste ano, passou a integrar o núcleo eleitoral do governador e a frequentar o Palácio dos Bandeirantes.
Ao lado de Machado, a equipe do governador de São Paulo também conta com dois marqueteiros experientes, Chico Mendez e Guillermo Raffo, que fizeram a campanha de Henrique Meirelles em 2018, e com o especialista em mídia digital Daniel Braga, responsável por valorizar memes e uma linguagem mais informal e irônica, como o fato de Doria citar a alcunha de “calça apertada”, usada por bolsonaristas.
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