Renan propõe cassação de Kim após apologia ao nazismo
Foto: Reprodução
O PT e o senador Renan Calheiros (MDB-AL) defenderam nesta quarta-feira que o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) tenha o mandato cassado após afirmar que o nazismo não deveria ter sido criminalizado na Alemanha após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Bolsonaristas pediram que o parlamentar, ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL), renuncie. A delcaração dele foi dada durante participação no Flow Podcast exibida na última segunda.
Renan sustenta que Kataguiri desrespeitou vítimas do Holocausto, extermínio em massa de milhões de judeus em câmaras de gás realizado pelos nazistas, sob a liderança de Adolf Hitler. Nessa esteira, afirmou que o caso deve ser apurado pelas autoridades e que a apologia ao nazismo não é protegida pelas liberdades de opinião ou de expressão.
Apologia ao crime é caso de cadeia,não opinião. Ao defender o nazismo, Monark merece condenação além da demissão. Já o deputado, cassação por desrespeito às vítimas do holocausto, judeus e aos brasileiros. Isso não é assunto para a política,mas para a polícia. Vida é bem supremo.
— Renan Calheiros (@renancalheiros) February 9, 2022
No podcast, o apresentador Monark defendeu que seja possível a criação de partido nazista reconhecido pela lei. Um dia após a fala, ele foi desligado do programa e deixou de ser sócio da empresa diante da grande repercussão negativa.
— As pessoas não tem direito de ser idiotas? A gente tem que liberar tudo — afirmou.
Como mostrou a colunista Bela Megale, do GLOBO, a bancada petista deve pedir a cassação de Kataguiri no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados ainda nesta quarta. A Procuradoria-Geral da República (PGR) investigará as declarações de ambos sobre nazismo. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) já instaurou inquérito.
A transmissão levantou o debate nas redes e revoltou associações judaicas, patrocinadores e ex-convidados do programa. Empresas anunciaram o fim de vínculos contratuais e participantes pediram que os episódios fossem retirados do ar.
A deputada Tábata Amaral (PSB-RJ), que também participava da transmissão, rebateu Monark e disse que a liberdade individual termina a partir do momento que fere a de outra pessoa.
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Foi então que Kim disse achar errada a criminalização do nazismo. O debate levou os nomes dos deputadios à lista de assuntos mais comentados das redes sociais.
— O que eu defendo que acredito que o Monark também defenda, é que por mais absurdo, idiota, antidemocrático, bizarro, tosco que o sujeito defenda, isso não deve ser crime — disse o deputado. — Porque a melhor maneira de você reprimir uma ideia é (…) é você dando luz naquela ideia, para ela seja rechaçada socialmente e então socialmente rejeitada.
Procurado pelo GLOBO, Kataguiri respondeu que sua fala foi “infeliz” ao falar descriminalização total e que, na realidade, defendia que as pessoas tivessem acesso às obras para “repudiar os horrores do nazismo”:
— Não faz sentido eu ter o meu mandato cassado por fazer um discurso antinazista, por defender que a melhor maneira de derrotar as ideias nazistas, de sufocar e garantir que a tragédia do Holocausto nunca mais aconteça novamente é expondo os horrores das obras nazistas. Foi isso que eu defendi. Fui infeliz ao falar da descriminalização, porque me expressei mal e pareceu que eu estava defendendo a descriminalização total do nazismo quando eu estava me referindo às obras, que as pessoas tenham acesso às obras, como a comunidade judaica alemã defende, justamente para repudiar os horrores do nazismo. É uma injustiça me colocarem a pecha de nazista quando toda a minha participação no programa foi no sentido de qual é a melhor maneira de definitivamente derrotar o nazismo.
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