Damares entra na campanha para Senado de salto inexplicavelmente alto

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Foto: Cristiano Mariz/VEJA

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, assim como grande parte do governo Bolsonaro, errou de forma absurda na condução de políticas públicas tão necessários ao sofrido Estado brasileiro.

Às vezes, tenho certeza que Damares não entende a histórica luta das mulheres por igualdade, o que significa a palavra família de fato ou o conceito amplo dos direitos humanos – os três focos da pasta que ocupa.

Lembrem-se. Para Damares, “menina veste rosa e menino veste azul”, a princesa Elsa, do clássico “Fronzen”, “é lésbica”, parte de uma “conspiração do demônio” e ainda acordará a bela adormecida com um “beijo gay”.

Essa mesma ministra convocou uma coletiva de imprensa para ficar calada e “mostrar como o silêncio da mulher incomoda”. Em outro momento, ao se posicionar contra o aborto, disse que a “gravidez é um problema que dura só nove meses”.

Pior do que suas frases para “causar” nas redes bolsonaristas, é a omissão em muitas questões que atingem diretamente os direitos humanos. Trata-se de mais um Ministério ocupado para ser neutralizado… por seu ocupante.

Existem mais exemplos, mas vou parar por aqui, já que temos uma novidade em relação a ela. Nesta segunda-feira, 22, Damares resolveu despir-se de qualquer humildade que deveria ter em sua primeira eleição.

“Eu gostaria de sair candidata pelos 6, ter 6 cadeiras e 6 gabinetes. Mas, como não posso, estou orando para saber se serei e por qual Estado”, disse Damares, que será candidata ao Senado com o apoio das igrejas que viraram partidos políticos e não são punidos por isso.

Damares acha que é viável em seis estados, dois dos quais até se esqueceu quais são. Vejam: “Tem Roraima, Sergipe, Amapá e São Paulo. Os outros 2 não me lembro, mas são 6. No coração? Amapá. [Davi] Alcolumbre, tô chegando. Beijo, tchau”.

A eleição de 2022 terá apenas uma vaga para o Senado. No Amapá – se sair mesmo pelo Estado amazônico – Damares tentará vingar Jair Bolsonaro, seu ídolo, e André Mendonça, colega de púlpito, que demorou meses para ser sabatinado justamente por Alcolumbre na CCJ do Senado.

É a vingança do bolsonarismo contra um desafeto.

Aliás, a parte do “Alcolumbre, tô chegando” foi bem bolada. Mostra que existe marketing por trás de sua candidatura.

Apesar do fiasco como ministra, não duvidem. Damares tem chance contra Alcolumbre e será competitiva, ainda mais com ele acossado por denúncia de rachadinhas, curiosamente o mesmo esquema que atinge a família daquele chefe de Damares Alves.

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