PSDB tenta convencer leite que candidatura presidencial é burrice

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Foto: Guito Moreto/Agência O Globo

Ainda que admitam que são grandes as possibilidades de Eduardo Leite se filiar ao PSD para concorrer à Presidência da República, aliados do governador do Rio Grande do Sul no PSDB ainda tentarão um último gesto e pedirão que ele fique no partido em reunião nesta semana. Eles esperam se encontrar com o gaúcho nos próximos dias, assim que ele retornar de viagem aos Estados Unidos.

Segundo apurou o Valor, o grupo deve apresentar a Leite os riscos de concretizar a migração para o PSD. O principal deles é a ausência de uma base favorável a Leite dentro do partido comandado por Gilberto Kassab.

“Faremos um último esforço para que ele fique no PSDB. Abordaremos os riscos de sua ida para o PSD, que o colocam vulnerável a decisões de um partido que não é o dele. Ele não tem uma base de apoio como tem no PSDB”, afirmou uma liderança tucana que apoiou

Leite durante as prévias da legenda para definir seu candidato à Presidência da República.
Em novembro, o governador de São Paulo, João Doria, venceu a disputa interna e foi escolhido como nome para representar a sigla na corrida presidencial.

Além da ausência de base no PSD, aliados de Leite também argumentarão que “nada garante” que sua pré-candidatura pelo PSD ao Palácio do Planalto vá até o fim.

Para sustentar essa tese, eles explorarão o fato de muitos integrantes do partido de Kassab serem alinhados ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

Também abordarão os acenos feitos por Kassab a Lula de que, em uma eventual disputa de segundo turno entre Lula e Bolsonaro, a legenda apoiaria o candidato petista.

“Se antes mesmo do primeiro turno, Kassab já acena para Lula, isso demonstra que ele não leva a sério a candidatura própria e que só está apostando nisso para aumentar as chances de fazer uma bancada federal expressiva”, avaliou um parlamentar tucano próximo de Leite.

Apesar de a ofensiva ocorrer nos próximos dias, o grupo ainda não definiu qual gesto eleitoral será feito para que Leite reconsidere sua saída do PSDB.

Há um grupo que pretende alimentar a expectativa de que Leite ainda poderia ser o nome do partido comandado por Bruno Araujo ao Palácio do Planalto em caso de uma desistência futura de Doria.

Outra ala avalia que seria melhor convencê-lo a descumprir promessa feita há quatro anos e concorrer à reeleição pelo governo do Rio Grande do Sul.

Apesar do movimento, integrantes da cúpula da sigla tucana apontam que Kassab tem “um trunfo nas mãos”, que é a possibilidade de oferecer a cabeça da chapa presidencial, e que será difícil reverter a tendência de migração do governador gaúcho.
“Vamos tentar, mas entendemos que Leite está com os pés no PSD. Há 10% de chances de ele ficar no PSDB”, reconheceu um tucano alinhado a Leite.

Valor Econômico