Bolsonaro tenta cooptar presidente do Senado após ele desistir de candidatura
Foto: EDU ANDRADE/Ascom/
O avanço dos projetos no Congresso para frear a escalada dos preços dos combustíveis deixou o Palácio do Planalto otimista sobre a atuação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no ano eleitoral. A participação direta do senador na tentativa de resolver a crise foi vista como um sinal de que Pacheco “se despiu das vestes de candidato à Presidência” e que pode trabalhar em uma “agenda construtiva com o governo”.
Em uma conversa recente com Pacheco, o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi direto sobre como vê seu papel. Disse ao parlamentar que ele é “o nome da conciliação” e que, se Lula vencer as eleições, o presidente da Casa seria o aliado do petista Renan Calheiros (MDB-AL). Afirmou também que o mineiro não terá ganhos com uma “agenda destrutiva” contra o governo e que, se há chance de ele ser reeleito para um novo mandato como presidente do Congresso, seria no governo Bolsonaro. A mesma mensagem foi levada por outros integrantes do governo.
A avaliação de auxiliares do presidente é que, nos últimos meses, Pacheco se seduziu pela ideia de concorrer à Presidência e deixou que o protagonismo do Senado fosse tomado por Renan, Omar Aziz (PSD-AM) e outros desafetos de Bolsonaro. Ambos estiveram na linha de frente da CPI da Covid, que trouxe muito desgaste para o presidente.
O foco dos membros do governo é trabalhar para que o cenário que imperou na pandemia não se repita com a crise dos combustíveis e em outras votações durante o ano eleitoral. Ministros, portanto, têm trabalhado para ter Pacheco como aliado na tentativa de neutralizar a forte resistência que o Bolsonaro enfrenta na Casa.