PT e PSDB podem se aliar para eleger novo governo de SP
Foto: Reprodução
O vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, é o principal prejudicado da decisão do titular do cargo, João Doria, de permanecer no cargo. Tarcísio Freitas, que deixa hoje o ministério da Infraestrutura para assumir a candidatura bolsonarista no Estado, é quem mais tem a ganhar.
Só um acordo de apoio mútuo entre Garcia e o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, em caso de um dos dois ficar fora do segundo turno, seria capaz de neutralizar o benefício para Freitas da decisão tomada por Doria.
A disputa paulista está muito mais aberta que a nacional, com dois terços do eleitorado alheio ao rol de candidatos. Entre aqueles que a acompanham, Haddad lidera, seguido por Tarcísio e pelo ex-governador Marcio França. Garcia permanece tão nanico na corrida quanto Doria o era na presidencial.
A decisão de Doria de desistir da disputa nacional foi empurrada pela perspectiva de uma reversão pela convenção partidária, do resultado das prévias que sagraram sua candidatura. Esta semana o governador gaúcho, Eduardo Leite, derrotado por Doria nas prévias, desistiu de migrar para o PSD e se mostrou disposto a seguir na disputa interna.
A desistência de Doria prejudica Garcia porque o governador enfrenta alta rejeição no Estado. Estrategistas tucanos avaliam que só a chegada de um nome desconhecido como o vice à frente do governo seria capaz de tirar benefício eleitoral do legado pouco reconhecido da administração.
Tarcísio Freitas vem sendo impulsionado pelas redes sociais bolsonaristas e, apesar de um volume de investimentos em todo o país que corresponde à metade do que o governo de São Paulo fez no Estado, dispõe de uma imagem preservada de tocador de obras.
Haddad e Garcia nunca discutiram a possibilidade de acordo mútuo, embora, no entorno de ambos, haja disposição para tanto. Como o eleitorado de Garcia, por inércia, tende a cair no colo de Tarcísio Freitas, é o petista quem, apesar da dianteira, mais teria a ganhar com o pacto.