De férias na França, Aras é acusado de bajular e acobertar Bolsonaro
Foto: Reprodução
O procurador-geral da República, Augusto Aras, foi interpelado nesta segunda-feira na capital francesa Paris enquanto passeava com a família pela cidade, onde passa férias. Um grupo de brasileiros reconheceu o PGR e cobrou investigações sobre as suspeitas de corrupção no Ministério da Educação (MEC) e a compra de 35 mil comprimidos de viagra pelas Forças Armadas, o que é apurado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Um vídeo divulgado pelo portal Metrópoles, e compartilhado nas redes sociais, mostra Aras caminhando de óculos e máscara em Paris quando é questionado por brasileiros.
— Dar rolezinho em Paris é legal. E abrir processo, procurador? Vamos lá investigar, procurador? Ou vai continuar engavetando? — indaga um deles.
Recepção ao Aras em Paris. pic.twitter.com/kvIkBJjwh7
— Fran (@fran_becher) April 19, 2022
Sem resposta ou reação de Aras, o brasileiro insiste, enquanto grava a cena:
— Vamos investigar lá o bolsolão do MEC, pastor fazendo reunião, vamos investigar o Bolsonaro gastando milhões em viagra do Exército. Cadê a investigação, procurador? Aqui em Paris não tem nada para encontrar, não. Pode deixar que a gente procura. Tem que procurar lá em Brasília — afirmou.
Questionada, a PGR disse que Aras “está em férias regulares” e não dará detalhes “por uma questão de segurança”.
Denúncias sobre a atuação de pastores como lobistas do MEC resultaram na exoneração de Milton Ribeiro do comando da pasta. De acordo com as acusações, Gilmar Santos e Arilton Moura atuavam para facilitar o acesso de prefeitos a recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) mediante pagamento de propina.
Em março, Aras pediu autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar Ribeiro. A solicitação foi feita após um áudio do ex-ministro, divulgado pela Folha de S. Paulo, indicar que o governo priorizava prefeituras que negociavam a liberação de verba diretamente com os religiosos, que não tinham cargo no ministério.