Bolsonarismo comemora proibição do aborto nos EUA
Foto: AFP
Aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) comemoraram a sinalização da Suprema Corte dos Estados Unidos de rever sua posição sobre o aborto. Para eles, o episódio pode servir para chamar a atenção do eleitorado conservador brasileiro para a necessidade de ter representantes no Supremo Tribunal Federal (STF).
O próximo presidente da República poderá indicar dois ministros — Ricardo Lewandowski se aposenta em maio de 2023 e Rosa Weber, em outubro do mesmo ano. O presidente Jair Bolsonaro (PL) já indicou o “terrivelmente evangélico” ex-ministro da Justiça André Mendonça.
O presidente da Frente Parlamentar Evangélica, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), é um dos que comemoram a sinalização. “Quem planta colhe. A esquerda, quando perde na política, usa as supremas cortes para impor suas políticas de assassinato de bebês no útero. Agora a colheita chegou”, afirma.
Quem também comemorou foi o deputado Marco Feliciano (PL-SP). “Penso que a Suprema Corte americana está corrigindo um erro histórico. Afinal, não há justificativa moral para se autorizar o assassinato de inocentes”, disse.
Documento que seria um rascunho interno da Suprema Corte dos EUA indica que o órgão mudará seu entendimento sobre o aborto no país, revertendo o direito garantido pela decisão Roe vs. Wade, de 1973.
O texto, assinado pelo juiz conservador Samuel Alito com data de 10 de fevereiro, teria circulado pelo tribunal e foi divulgado nesta segunda (2) pelo site Politico.
Diante dessa perspectiva, o presidente americano Joe Biden pediu nesta terça (3) que os americanos votem nas eleições legislativas de novembro para defender o acesso “fundamental” ao procedimento e alertou para a ameaça de perda de outras garantias.