Ciro surta de novo, agora por eleição no Rio
Foto: Fernando Lemos
Uma reunião da executiva do PDT no Rio de Janeiro apaziguou, na segunda-feira, a crise que havia estremecido o palanque de Ciro Gomes no estado, na semana passada. Sem a participação do presidenciável, quadros locais estiveram com Carlos Lupi, mandatário do partido, para pacificar a irritação ante Rodrigo Neves, pré-candidato ao governo fluminense.
Na visão deles, o político pecou ao acenar mais para Lula do que a Ciro. O ex-ministro é figura central do palanque pedetista no Rio de Janeiro, que agora passará a contar com Felipe Santa Cruz, ex-presidente da OAB e indicado de Eduardo Paes para vice de Neves.
Neves vinha sendo criticado pelos correligionários após ter participado, na semana passada, de um evento na ABI a favor de uma aliança informal com o lulismo. Aproveitou, então, a oportunidade recente para se desculpar: disse diante de Lupi que teria caído numa “armadilha” quanto ao lançamento do tal Movimento Lula-Neves, promovido por políticos aliados.
Segundo Neves, ele não sabia previamente que, ao chegar na ABI, encontraria um painel com a sua foto e a de Lula lado a lado. E muito menos que, ao discursar, Washington Quaquá, líder local do PT, faria uma crítica indireta a Ciro. Ao lado de Neves, o petista disse que “não vai ser com Armínio Fraga que nós vamos construir uma nação”. O ex-chefe do Banco Central abriu diálogo com Ciro, ano passado, em artigos e num debate online.
O discurso de Neves se aproxima da leitura que Ciro indicou ter feito do episódio, na semana passada. O ex-ministro compartilhou mensagem de um militante afirmando que o PT “trabalha pelo caos” na política do Rio.
Quaquá, também citado no texto em questão, é contrário ao apoio petista a Marcelo Freixo, do PSB, e por isso insiste na composição de Lula com Neves, a despeito de Ciro. O movimento, no entanto, não terá aval do PDT.