Eleitor de Bolsonaro é mais engajado nas redes

Destaque, Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Cristiano Mariz/O Globo

As pessoas que pretendem votar no presidente Jair Bolsonaro (PL) desaprovam o trabalho dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e têm uma impressão um pouco mais otimista em relação à atuação do Congresso Nacional. É o que mostra uma pesquisa Datafolha publicada nesta quinta-feira pela Folha de S. Paulo.

O levantamento mostra que os eleitores de Bolsonaro são mais engajados nas redes sociais do que os apoiadores de seu principal rival, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com a pesquisa eles são os que menos fogem de assuntos políticos na internet para não causar desentendimentos com amigos e parentes.

Nove entre dez apoiadores do presidente não veem chance de golpe antes das eleições de outubro. Quase sete acreditam que Bolsonaro aumentou o valor do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600 e criou outros benefícios visando a ajudar quem precisa e não ganhar novos votos.

Os eleitores do candidato do PL, em comparação com a média geral, são os que menos têm dificuldades para se alimentarem nos últimos meses. A pesquisa mostra que o mandatário tem mais aderência entre o eleitorado masculino, branco, heterossexual, evangélico, mais velho, mais rico e mais escolarizado.

O levantamento do Datafolha mostra como pensam as pessoas que têm Bolsonaro como primeira opção de voto sobre: sistema eleitoral, avaliação do Congresso e do STF, redes sociais e fome/auxílios.

A pesquisa foi feira com 2.556 pessoas acima de 16 anos em 183 cidades de todo o país nos dias 27 e 28 de julho e está registrada com o número BR-01192/2022 no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A margem de erro total é de dois pontos percentuais. É importante ressaltar que ela aumenta quando considerado apenas os que votarão em cada pré-candidato: é de três pontos entre eleitores de Lula, quatro em Bolsonaro e sete em Ciro Gomes (PDT).

Os demais candidatos não foram incluídos porque a amostra é muito pequena.

Os eleitores de Bolsonaro não acreditam que ele dará um golpe de Estado — 90% deles pensam dessa maneira, índice muito superior ao dos eleitores de Lula (35%) e Ciro (51%). São os que menos confiam nas urnas eletrônicas (31% não confiam), contra a média geral de 20%.

Uma média de 12% dos apoiadores do mandatário afirmam terem recebido ameaças verbais nos últimos meses por sua posição política enquanto entre os eleitores do petista essa parcela é de 19%, sendo assim no limite da margem de erro. Cinco porcento dos apoiadores de Bolsonaro relataram ameças físicas. Entre os eleitores de Lula, são 9% nessa situação.

Quarenta e seis porcento dos apoiadores de Bolsonaro avalia o trabalho do STF como ruim ou péssimo — entre os eleitores em geral, essa parcela é de 33%. Em relação aos parlamentares, a aprovação é de 15% contra 11% em Lula e 10% em Ciro, ainda que dentro das margens de erro.

As pessoas que declaram voto em Bolsonaro têm também um índice acima da média quanto perguntados se lembram quem foram seus candidatos para deputado federal (26%) e senador (23%) em 2018, mas ficam perto do total quanto ao acompanhamento do trabalho desses congressistas (66% e 61% acompanham).

Quem pretende votar no presidente são os mais atuantes nas redes sociais — 76% têm alguma conta e 84% possuem aplicatovos de mensagem. Esses número, entre os apoiadores de Lula, ficam em 64% e 74%, respectivamente.

Os eleitores de Bolsonaro também se dizem mais engajados: 38% seguem o perfil do mandatário, contra 25% do ex-presidente. A maioria nunca deixou de publicar, compartilhar ou comentar algo sobre política para evitar discussões com amigos e parentes, nem saiu de grupos por esse motivo (54%, contra 43% de Lula).

Entre os que não tiveram dificuldade para se alimentar, Bolsonaro tem mais adesão: 66% de seus apoiadores acham que houve comida em casa suficiente, enquanto entre os eleitores de Lula, esse índice é de 48%. A maioria entre quem declara voto no presidente (53%) não precisou comprar sobras ou produtos perto da data de validade.

Mais da metade acredita que o novo valor de R$ 600 do Auxílio Brasil é suficiente e que Bolsonaro concedeu o aumento e outros benefícios, como Vale Gás e auxílios a caminhoneiros e taxistas, somente para ajudar quem precisa (66%) e não para ganhar votos (opinião de 80% dos que declaram voto em Lula).

O Globo