Simone Tebet se diz “feminista”
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A candidata à presidência da república Simone Tebet (MDB) afirmou na noite desta segunda-feira que não tem nenhum problema em ser chamada de feminista. A declaração foi dada em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
Tebet foi perguntada com qual vertente do movimento se identifica mais. A que aponta diferenças biológicas e psicológicas como justificativa para pessoas dos dois sexos apresentarem comportamentos distintos ou a que prega que as divergências são resultados da construção social.
—Sem dúvida nenhuma é uma construção social. Lugar de mulher é onde ela quiser. Não é uma questão de ser melhor ou pior , nós [homens e mulheres] nos complementamos — afirmou.
— Eu não tenho problema nenhum em ser chamada de feminista.
A discussão sobre gênero teve grande destaque na entrevista. A senadora também falou sobre ter sido a favor do impeachment sofrido pela ex-presidente Dilma Roussef (PT) e sobre a convicção de que, na ocasião, Dilma tenha sofrido ataques sexistas.
Apesar disso, Tebet manteve o posicionamento sobre a ex-presidente ter cometido crime de responsabilidade fiscal. Perguntada se há discrepância no tratamento dado a Dilma e ao presidente Jair Bolsonaro, que também foi alvo pedidos de impeachment durante o mandato, disse que não poderia forçar a barra para afirmar que a diferença é uma questão de gênero.
— Ela sofreu na forma de ataque, está nas redes sociais, a gente viu comentários sexistas a todo momento. Não vai se votar em uma mulher pelo simples fato de ser mulher, se ela for competente. Houve pedalada fiscal e contabilidade criativa. Ela perdeu a capacidade de governar. Era o impeachment ou caos social — declarou.
— Tem elementos pra um processo de impeachment do presidente Bolsonaro? Sim e não são poucos. O Congresso Nacional não abriu? Não. Pelo fato dele ser homem e dela ser mulher? aí eu não poderia forçar a barra e dizer que é por isso — disse Simone.
Ao ser questionada sobre ter defendido o voto impresso em certa ocasião, a candidata reforçou que acredita na urna eletrônica e defendeu o sistema eleitoral brasileiro.
— Eu nunca duvidei da segurança das urnas. Nós estavamos discutindo uma mini-reforma eleitoral e ali nós queríamos dar segurança para o eleitor, que tinha dúvida. Depois disso passaram sete anos. No período nós fizemos audiências públicas, o TSE esteve conosco e depois ficou tudo esclarecido. Quero fazer uma defesa a relação as urnas eletrônicas e os resultados. Com o voto impresso, nós todos fomos convencidos que não só as urnas são seguras, mas que o voto impresso poderia corromper a democracia e as eleições — afirmou Tebet.