Lula diz que BNDES voltará a apoiar pequenas empresas

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Foto: Divulgação/Ricardo Stuckert

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato à Presidência da República, disse nesta quarta-feira que em um eventual governo seu bancos públicos, inclusive o BNDES, receberão a orientação para fazer empréstimos a pequenos e médios empresários. “Não queremos que os bancos públicos tenham prejuízo, mas eles têm que prestar função social nesse país. O BNDES vai ter que se dedicar a emprestar para pequenos e médios porque o restante pode tomar empréstimo em dólar em qualquer lugar”, afirmou, durante encontro com pequenos e médios empresários em um hotel no centro de São Paulo.

Lula afirmou que o BNDES deveria socorrer empresários de pequeno porte atingidos pelos efeitos da pandemia de covid-19. “Não podemos deixar micro e pequenos empresários fecharem seus negócios por dívidas que contraíram durante a pandemia. O BNDES precisa ajudar os pequenos. O futuro pode até esperar algo novo, mas não podemos deixar que vocês morram, vamos levar à sério a renegociação de dívidas”.

Como tem feito ao conversar com grupos sociais específicos, Lula acena com a criação de um ministério só para as demandas do setor. Ontem prometeu a criação de um “Ministério da Pequena e Média Empresa”.

Horas antes, em entrevista para a Super Rádio FM, de Minas Gerais, Lula disse que poderá, caso eleito, estabelecer diálogo com o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, negociando diretamente com os deputados, e não com o comando da sigla, do ex-deputado Valdemar Costa Neto. Lula irá nesta quinta-feira a Belo Horizonte onde participará de um comício.

“Em política, a gente tem que fazer a separação entre o momento da disputa e o momento da governança”, disse. “O Centrão não é um partido político, o Centrão é um conjunto de forças políticas que se une de quando em quando a qualquer pessoa que tiver no governo na medida em que eles participem do governo. Eu, obviamente, vou conversar com todo mundo porque não há como governar sem conversar com todo mundo”, afirmou.

Lula foi perguntado se vai se sentir confortável em conversar com políticos como Valdemar da Costa Neto e Roberto Jefferson, candidato do PTB à Presidência. “Eu posso conversar com o PTB sem precisar conversar com o Roberto Jefferson. Eu posso conversar com o PL sem precisar conversar com o presidente do PL. O que é importante é que você estabeleça uma política de conversação com as pessoas que têm mandato”, afirmou.

Costa Neto foi condenado por envolvimento no escândalo do mensalão e cumpriu pena. Jefferson, também condenado na mesma ocasião, está agora em prisão domiciliar por envolvimento no inquérito que investiga milícias digitais.

O petista voltou a dizer que, se eleito, pegará o país pior do que na sua primeira eleição. “Se nós ganharmos as eleições, pegar o Brasil em 2023 é infinitamente pior do que pegamos em 2003”, disse.

O petista disse que não está preocupado em ter um discurso para os evangélicos, católicos ou outras religiões, mas sim para todos. “Eu não sou candidato de uma facção religiosa. Eu sou candidato do povo brasileiro”, declarou. “Eu não quero fazer uma guerra santa nesse país”.

Valor Econômico