Rodrigo Maia se demite do governo de SP

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Foto: Lucas Tavares/Agência O Globo

O ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (PSDB) pediu demissão nesta quarta-feira da Secretaria de Projetos e Ações Estratégicas do governo de São Paulo. A decisão aconteceu um dia depois que o chefe do Executivo no estado, Rodrigo Garcia (PSDB), manifestou “apoio incondicional” ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Maia anunciou a demissão em seu perfil no Twitter e agradeceu a Garcia e ao ex-governador João Doria (PSDB) “pela oportunidade”.

 

A postura de Garcia gerou mal-estar entre aliados. Amigo de longa data de Garcia, Maia é um dos principais opositores de Bolsonaro na gestão estadual. O ex-presidente da Câmara teve uma reunião com Lula depois do primeiro turno e deve anunciar apoio ao petista para o segundo turno, assim como já havia feito seu pai, César Maia (PSDB).

Enquanto presidente da Câmara, Rodrigo Maia foi alvo frequente de ataques virtuais e apelidos depreciativos dos apoiadores de Bolsonaro, incentivados pelo próprio presidente. Ao contrário do atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP), Maia fez uma gestão independente em relação à Presidência da República, barrando a tramitação de propostas mais ideológicas de deputados governistas.

Na tarde de ontem, Rodrigo Garcia disse apoiar de forma “incondicional” a reeleição de Bolsonaro e a eleição do ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo de São Paulo no segundo turno. Em entrevista ao lado do presidente no aeroporto de Congonhas, o governador afirmou que São Paulo é “um estado desenvolvido, que dá oportunidades a todos, que ajuda quem precisa, porque o PT nunca governou nosso estado”. As declarações foram dadas antes mesmo de o PSDB tomar posição oficial, o que causou incômodo no partido e no secretariado do governador.

Depois da decisão de Maia, outros secretários de Garcia pediram demissão. Em nota oficial, o governador agradeceu às economistas Zeina Latif e Laura Muller Machado, além de Maia, pelos serviços prestados e anunciou substitutos para as pastas de Projetos e Ações Estratégicas, Desenvolvimento Social e Desenvolvimento Econômico.

Ainda nesta manhã, a posição de Garcia ficou ainda mais contrastante com a de tucanos históricos. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso publicou um tuíte em que declara nominalmente voto em Lula no segundo turno. A mensagem incluía duas fotos de ambos, em dois momentos diferentes de suas trajetórias. “Neste segundo turno voto por uma história de luta pela democracia e inclusão social. Voto em Luiz Inácio Lula da Silva”, escreveu.

O Globo