Bolsono mostra que enxerga derrota
Foto: Gabriela Bilo/Folhapress
Integrantes da campanha de Bolsonaro estão descrentes de que alguma tentativa de armistício entre o presidente e o Judiciário prospere no segundo turno. A equipe começou a campanha acreditando que a versão “paz e amor” de Bolsonaro poderia prosperar. Essa percepção caiu por terra na sexta-feira passada, quando o presidente soltou o verbo contra o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, e chamou Lula de “pinguço” em uma coletiva que deu aos gritos no Palácio do Alvorada.
Os xingamentos foram proferidos um dia depois que Valdemar Costa Neto, presidente do partido de Bolsonaro, o PL, procurou pessoalmente ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para baixar a temperatura junto à corte.
Na última semana, Bolsonaro voltou a falar sobre a possibilidade de ampliar o número de ministros do Supremo e disse que a proposta poderia ser descartada caso o tribunal baixe “um pouco a temperatura”. Nesta segunda-feira, o presidente foi ao Ministério da Defesa receber um balanço de ações sobre as operações de garantia da votação e apuração, a chamada GVA, realizadas no primeiro turno das eleições.
Esses gestos têm sido fortemente criticados por integrantes da ala política da campanha de Bolsonaro. A leitura é que ações nesta direção aumentam a rejeição de Bolsonaro e passam para o eleitor a imagem de “desespero” e que ele estaria perdendo. Um integrante da campanha resumiu o clima do momento:
— A gente fica apagando os incêndios que o próprio candidato cria. Somos bombeiros de nós mesmos — resumiu.